Renault vai deixar de produzir Mégane Grand Tour

Interrupção visa abrir espaço na linha de montagem para a produção de modelos de maior volume

 

- Um amigo ouviu dizer que a Mégane Grand Tour vai sair de linha. É verdade? 
- Imagina... Ela arrebenta em vendas! E você vai pagar uns R$ 20 mil a mais por outro carro com tudo o que a Grand Tour tem! 
 
O diálogo é real e a reação da vendedora pareceu sincera. O que indica que ela ficará surpresa quando souber que a Renault vai, sim, interromper a produção da perua ainda este ano. O espanto se justifica, afinal, a GT nunca vendeu tão bem: em 2011, somou 9.810 emplacamentos, ante 2.864 do ano anterior. Até ontem, 4 de junho, 5.423 unidades haviam deixado as lojas. 
 
O crescimento nas vendas é impulsionado pelas seguidas promoções realizadas pela montadora. Para se ter uma ideia, em junho de 2010, o preço da Mégane GT variava entre R$ 63.000 e R$ 65.500 - para as versões 1.6 (115 cv) e 2.0 (138 cv). No mesmo mês do ano passado, o valor já havia sido reduzido para R$ 49.050 - mas, então, apenas a 1.6 estava disponível (o que acontece até os dias de hoje). Agora, no site da montadora, a perua é anunciada por R$ 47.860 e pode ser encontrada por R$ 46.900 nas revendas. Só por curiosidade, em 2007, quando chegou ao mercado, ela custava cerca de R$ 70.000. No mesmo ano, vendeu 5.802 unidades, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave). 
 
Qual o motivo para a descontinuação da produção, então? A resposta é simples: a Renault precisa ajustar sua linha de montagem. Desde junho de 2011, a fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, opera em três turnos e está no limite de sua capacidade produtiva: 47 veículos feitos por hora - o que dá mais de 1.100 por dia. Nem aos sábados a produção para. Ainda assim, falta veículo para atender à procura, segundo fontes ligadas à marca.
 
Renault

Com o fim da Mégane Grand Tour, Renault ficará sem um representante no segmento de familiares. A perua Lodgy, da Dacia, não será produzida aqui e nem deve ser importada, por ora

Nesse contexto, a GT sairia de cena para abrir espaço para a ampliação da fabricação de modelos como o Duster e o Sandero, por exemplo. Desde março, o utilitário acumula seguidas altas nas vendas. Foram 2.707 unidades naquele mês, 2.885 em abril e 3.333 em maio. O Sandero segue o mesmo caminho. No último mês, 6.986 hatches foram comercializados, ante 5.447em igual período de 2011. Vale lembrar que nos primeiros quatro meses do ano, a Renault cresceu 29,5% ficou perto de alcançar 7% de participação no mercado - que é sua meta para 2012. 
 
Outra medida que deve auxiliar a Renault no abastecimento do mercado brasileiro é a suspensão das exportações para países como Colômbia e México - para onde são enviados 8 mil veículos. A iniciativa também ajudará a abastecer os estoques durante a parada da fábrica, programada para o período de 15 de novembro a 15 de janeiro. Ao longo desses meses, será dado início à ampliação da fábrica, que permitirá a produção de 60 veículos/ hora - volume que deve ser atingido até 2015, após o investimento de R$ 1,5 bilhão.
 
 
FONTE: Auto Esporte
 

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