Versão Way dá status inéditos ao Fiat Uno

01-12-2010 00:10

Novo Uno Way 1.4

 

 O impacto do novo Uno no mercado nacional foi tão grande que freqüentemente nos esquecemos que há um antigo Uno. "Por que novo Uno, há outro?", é o que passa em nossa cabeça por milésimos de segundos. Quem foi ao estande da Fiat no Salão do Automóvel

 

 sentiu compaixão pelo outrora chamado Mille, ali sozinho, suplicando para alguém entrar e sentir seu espaço interno,

 

reparar como ele é robusto e guerreiro. Mas as atenções eram só para o novo Uno, que até versão conversível tinha no evento.

A atenção justifica-se: graças a ele, o VW Gol teve sua liderança ameaçada por alguns meses, embora certamente fechará 2010 como carro mais vendido do Brasil, mais uma vez. No próximo ano, com a chegada da versão duas portas de ambos, a briga promete ser mais acirrada.

 

 

Cada um no seu quadrado

 

Assim como o antigo, o novo Uno também é quadrado. Mas um quadrado arredondado, ou “rounded square”, como diz a Fiat – trata-se de uma tendência mundial, os carros que parecem caixotes, destinados à tal geração Y. Seu desenho é proporcional, com traseira e frente se conectando harmoniosamente. E o novo Uno apela ao charme – entre os faróis, o hatch se dá ao luxo de abrir mão da grade e opta por três retângulos, símbolo da sua nova fase.

Internamente, mais esforços (quase todos bem sucedidos) em fazer do novo Uno um carro diferenciado. Destaque para o simpático painel, que além de criativo oferece boa leitura, e sua moldura externa, que pode ser escolhida entre decorações mais discretas ou mais berrantes.  O volante, inspirado no do Cinquecento, tem boa pegada – diferente da manopla do câmbio, que ao fazer alusão ao desenho do carro ficou incômoda.

Os bancos são largos e oferecem bom apoio, mas a espuma de baixa densidade os torna macios demais – e conseqüentemente cansativos depois de algum tempo. Na fileira de trás vão duas pessoas confortavelmente, mas uma terceira só apertando um pouco. Há bons porta-objetos, com um deles acima do porta-luvas. A mesma tentativa de unir criatividade e funcionalidade foi feita abaixo dos comandos do ar-condicionado, mas essa não teve sucesso.

Não tão evo

Com o novo design e a idéia de personalização tão evidentes, o novo motor Evo 1.4 (85/88 cv) ficou como coadjuvante. Mesmo considerando tratar-se de um bloco de baixo volume, o novo propulsor não teve uma evolução tão acentuada como sugere seu nome. A mobilidade urbana é até razoável, suficiente, mas quando botamos o carro na estrada, logo aparecem algumas limitações – e incômodos.

Chegar aos 120 km/h nem é problema. O problema é o esforço do motor para se manter lá. Nessa velocidade, a rotação fica em altos 3.900 giros e o barulho invade a cabine. Nas retomadas, sempre foi necessário reduzir uma marcha. E o câmbio, de engates longos e às vezes imprecisos, também não agradou.

Por outro lado, a direção direta foi uma agradável surpresa pelas respostas rápidas e precisas. E a suspensão, que imaginávamos ser macia demais, é firme nas curvas, sem fazer os ocupantes sofrerem com as imperfeições do nosso piso quase sempre horrível.

Preço e equipamentos

Um Uno Way 1.4 básico sai por R$ 32.480. A cor do carro das fotos é a Verde Box, e não custa nada a mais. Se você optar pelo Kit Celebration 3, que é o caminho natural das coisas, desembolsará mais R$ 3.990 e levará para casa ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricos e predisposição para rádio. Para subir e descer o banco do motorista e ter o porta-objeto móvel (aquele do lado do porta-copos) são mais R$ 359. ABS e airbag? São vendidos em conjunto e custam R$ 2.458. Ou seja, um Uno como o que avaliamos sai por salgados R$ 39.287. O único concorrente direto do Uno Way seria o VW Gol Rallye, que parte de R$ 40.370 também sem oferecer de série o conforto do ar-condicionado e a segurança de ABS e airbag. Por outro lado, é 1.6 (104 cv) e já vem com direção hidráulica.

Assim como em 1984, quando chegou ao Brasil, o Uno novamente vira um marco da indústria automotiva. O hatch da Fiat prova que não é difícil fazer um carro popular com personalidade, pintado de Verde Box, Amarelo Citrus ou Azul Splash; que não tenha as mesmas convencionais linhas e que, mesmo sendo um carro apoiado intensamente no design, não esquece como ser, apesar de algumas limitações, um bom carro. Nem todas as marcas têm essa coragem.

Novo Uno Way 1.4

Novo Uno Way 1.4

Novo Uno Way 1.4

 

 

 

 

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