PEUGEOT 3008 GRIFFE

21-04-2011 15:07

 

DESEMPENHO, ECONOMIA E ESPAÇO ANDAM JUNTOS NO MODELO

 

Peugeot 3008 Griffe

Desde a chegada do 206, em abril de 1999, a Peugeot não apresentava ao mercado brasileiro um modelo que chamasse tanta atenção. E, diferentemente do compacto, que galvanizou olhares pelo estilo, algo em que a marca sempre procurou se esmerar, o 3008 atrai pelo conjunto da obra. O crossover, solução genérica para designar veículos cuja definição ainda está por ser criada, é espaçoso, tem estilo e pacote de equipamento atraentes, além de motor que, a julgar pelos números de teste, que você vai ver mais à frente, tem no rendimento a combinação entre desempenho e consumo, um vistoso cartão de apresentação. A numerologia do preço dá uma importante ajuda extra a essa já favorável conjunção. 

A versão de entrada, a Allure, custa 79 900 reais. Isso inclui rodas de liga leve de aro 17, ABS, ESP, oito airbags, freio de mão eletrônico, trio elétrico, ar-condicionado digital de duas zonas, direção eletrohidráulica, sistema de som com MP3 e Bluetooth, computador de bordo e regulagens de altura e distância da direção e do banco do motorista. 

A versão Griffe, que ilustra esta reportagem, custa 7 000 reais a mais, ou 86 900 reais. Além do que a Allure traz, ela vem com bancos de couro, sensores de iluminação e de chuva e, principalmente, com o teto de vidro. Todo o restante é detalhe, como as persianas para as janelas traseiras, os bancos dianteiros aquecidos, os retrovisores rebatíveis eletricamente e os tapetes dianteiros e traseiros de série. Inovação presente nas duas versões é o “head-up display”, que projeta a velocidade na altura do para-brisa, evitando que o motorista tenha de tirar os olhos do tráfego. O truque da mágica é uma tela transparente de acrílico que se levanta por trás do painel de instrumentos e recebe a projeção de informações como velocidade e o uso do limitador e do controlador de velocidade. É possível ajustar a altura, a luminosidade e até se o motorista quer ou não usar o sistema, tudo por meio de botões no console central do carro. 

Números vistosos 
O conteúdo enche os olhos e serve como preparação para a maior atração do 3008, o motor 1.6 turbo. É o mesmo usado no Mini Cooper, com diferenças de calibração. A explicação para dois veículos tão diferentes dividirem a mesma motorização é o acordo entre BMW e Peugeot para motores pequenos. Com projeto conjunto, a produção ficou a cargo da Peugeot, que o fornece ao Mini. 

Este 1.6 é mais um representante da nova safra “downsizing”: com deslocamento relativamente pequeno, ele desenvolve potência de gente grande. São 156 cv a 6 000 rpm e 24,5 mkgf – isso a baixos 1 400 rpm, o que torna o 1.6 extraordinariamente elástico, sem a falta de força que costuma caracterizar os pequenos turbinados. Para ajudar, seu câmbio automático de seis marchas tem respostas ágeis. 

Com 1 480 kg, o 3008 foi de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos. Tempo de Ford Focus GLX hatch manual com motor 2.0 a gasolina, ou seja, de um veículo menor (4,35 metros, ante 4,37 do Peugeot), que leva menos bagagem (328 contra 512 litros), mais leve (1 338 kg) e com motor maior. As retomadas do crossover da Peugeot também impressionam. Ele levou apenas 4,2 segundos para ir de 40 a 80 km/h, 5,2 segundos para ir de 60 a 100 km/h e 6,6 segundos para ir de 80 a 120 km/h. Andando tão forte, e pesando tanto, seria de esperar que o 3008 freasse mal. Pois poucos carros de proposta familiar param tão bem quanto o modelo da Peugeot. Ele gastou apenas 49,1 metros para frear completamente partindo de 120 km/h. De 80 km/h a 0, foram 24,9 metros. De 60 km/h a 0, o crossover percorreu 13,5 metros. 

Virtude dos novos motores de potência concentrada em baixa litragem, o bom desempenho do 3008 é acompanhado por um consumo surpreendentemente baixo. Na cidade, com gasolina (ele não é flex), o Peugeot fez 10,9 km/l. Na estrada, chegou a 15,9 km/l. São números comparáveis aos de veículos com motor 1.0, sem o ônus da falta de força. 

Dupla personalidade Do seu lado minivan, o 3008 oferece diversos porta-objetos, uma luminária de porta-malas que vira lanterna, destacável, e bom espaço para quatro passageiros. O que viaja no meio do banco traseiro é considerado eventual, tanto que o miolo do encosto pode ser abaixado, transformando- se em um apoio de braço com porta-copos para os passageiros das laterais. O porta-malas, de 512 litros (656 litros até o teto), conta com uma divisória móvel. Isso porque o porta-malas tem duas tampas: a principal, que suporta a vigia traseira e se abre para cima, e a secundária, que se abre para baixo. A divisória cria um assoalho nivelado com a segunda tampa, deixando a parte de baixo do compartimento para compras menores ou que, por conveniência e segurança, é melhor deixar mais escondidas. Mais para baixo, ela amplia o espaço do compartimento principal. 

Do lado crossover, o 3008 tem pneus de uso urbano e tração dianteira, o que desaconselha colocá-lo em pisos difíceis, mas oferece a opção de posição alta de dirigir, estimada por boa parte das motoristas brasileiras, por causa da visibilidade, ou baixa, a preferida por quem gosta de fazer curvas rápidas. Acompanham as preferências o banco com ajuste de altura e o volante, regulável em altura e distância. 

Ainda que ande a contento e seja bom de curvas, o 3008 usa um ESP invasivo, que entra em ação em situações inesperadas, nas quais teoricamente não seria necessário, e liga sozinho acima de 50 km/h, mesmo quando é desligado. Detalhes à parte, o 3008 mostra o espaço que a Peugeot pode conquistar por aqui. Basta ter modelos atualizados.

 

 



DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO 
Poucos carros familiares freiam tão bem quanto o 3008. Mérito de seu bom conjunto. 
★★★★ 

MOTOR E CÂMBIO 
Com turbo bem dimensionado e força o tempo todo, este 1.6 não dá saudade de motores grandes. Câmbio automático de seis marchas só ajuda. 
★★★★ 

CARROCERIA 
Misto de minivan e utilitário pende mais para o lado familiar, mas se destaca da multidão. 
★★★★ 

VIDA A BORDO 
Itens de série não permitem sentir falta de nada. Grade do câmbio se move com a alavanca. Podia ser melhor. 
★★★★ 

SEGURANÇA 
Oito airbags, ABS, ESP e fixações Isofix para as cadeirinhas da criançada. Esse podia ser o padrão para todos os veículos. 
★★★★ 

SEU BOLSO 
Pelo que oferece, o preço fala muito a favor do 3008. Valor do seguro é razoável. 
★★★

 

 


 


OS RIVAIS 

Dodge Journey

 

 


Mal o 3008 chegou, o Journey já teve o preço reduzido para 79 900 reais em sua versão mais em conta, a SE. 

Hyundai ix35


O substituto do Tucson no exterior (aqui, os dois são oferecidos) também tem bom pacote de itens de série.

 



VEREDICTO 

Para quem gosta de posição alta de dirigir, mas não liga para tração nas quatro rodas, o 3008 é boa pedida. Ele é bom de curvas, tem bom desempenho e bebe pouco. É bem equipado e tem preço justo.

 

 

FOTOS:


 

Lanternas têm laterais côncavas; tampa traseira é bipartida

 

Com 2,61 metros de entre-eixos, o espaço que o 3008 oferece é bastante bom

 

Assentos traseiros têm fixações Isofix

 

Extintor fica sob o piso

 

Interior de bom acabamento tem detalhes conhecidos, como os comandos-satélite (do 207) e o rádio (dos Citroën C4)

 

Head-up display: coisa de Cadillac

 

Teto de vidro vai dos bancos da frente aos de trás, ampliando a sensação de espaço

 

Divisória no porta-malas permite diversos arranjos

 

 

FONTE: Quatro Rodas

 

 

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