MINI JOHN COOPER WORKS

17-09-2011 12:43

 VERSÃO DÁ MAIS POTÊNCIA AO MINI E MUITO MAIS PRAZER AO VOLANTE

Mini John Cooper Works

Criado pelo engenheiro Alec Issigonis, o Mini foi lançado em 1959, mas o nome Cooper só veio dois anos depois da parceria da British Motor Corporation com a Cooper Car Company, empresa do projetista John Cooper, que anos mais tarde criaria a John Cooper Works, especializada na preparação dos modelos Mini. A BMW comprou as duas empresas - a primeira em 2000 e a segunda em 2007 -, mas soube preservar a vocação de cada uma. A prova disso é o Mini John Cooper Works, um modelo com preparação de fábrica que, embora apareça na tabela de preços da Mini como uma versão, é de fato um Mini Cooper S equipado com um kit de transformação. 

Chamar de kit as mudanças feitas no Cooper S não faz justiça ao trabalho dos engenheiros, no entanto. A fábrica afirma que o motor 1.6 16V Turbo é o mesmo do Cooper S, mas "o mesmo" é modo de dizer. Ele tem as mesmas dimensões e deslocamento de 1 598 cm³, mas o sistema de injeção agora é direto. Bloco de alumínio, comandos de válvulas de liga leve e válvulas de escape preenchidas com sódio foram incorporados para reduzir peso e atrito e suportar as maiores temperaturas, tudo em nome do rendimento superior. Também pistões e cabeçote foram reforçados para suportar maior exigência. E os coletores de admissão e escape foram redesenhados para o motor respirar melhor: mais ar, mais torque, mais potência e mais prazer ao dirigir. Sem falar no ronco do motor: mais instigante. 

Uma forma de avaliar as melhorias pode ser analisando a potência, que saltou de 184 cv no Cooper S para 211 no John Cooper Works. Mas nós fizemos isso da melhor maneira: ao volante. Tivemos a oportunidade de dirigir o Mini na cidade, na pista de testes e também no Autódromo de Interlagos, durante a sessão de fotos. Na cidade, a impressão é de que o carro sobra. É muito motor para pouco espaço e escassa liberdade no trânsito. Na pista, confirmamos o que já sabíamos: que o John Cooper Works é um carro rápido. Com bom volume de torque, disponível em todas as rotações, basta pisar no acelerador para ele responder com vigor, seja em que marcha for - ao todo são seis. 

O motor chega aos 211 cv de potência a 6 000 rpm e o torque é de 26,5 mkgf entre 1 850 e 5 600 rpm. Mas pode chegar a 28,5 mkgf se entre 2 000 e 5 300 rpm o motorista pisar fundo: essa é a senha para que a função overboost entre em ação, alterando as curvas de força por alguns instantes. Já a potência não ultrapassa o pico de 211 cv. No campo de provas, o Mini John Cooper Works acelerou de 0 a 100 km/h em 7 segundos - um tempo muito bom, que o deixa tecnicamente empatado com esportivos do naipe de um Audi TTS, com 272 cv de potência (0 a 100 km/h em 6,8 segundos). 

Mas não é só pelo desempenho que esse Mini esportivo se diferencia. A dirigibilidade é outro de seus ativos. A transmissão foi reforçada para suportar o maior volume de torque, as suspensões foram recalibradas, bem como a direção (com assistência elétrica), e os freios foram redimensionados. As rodas ficaram maiores (aro 17 contra 16), mas cerca de 10 kg mais leves, cada uma, segundo a fábrica. Rodando na cidade, ficamos com a sensação de que, apesar de gostoso de dirigir, o John Cooper Works é um carro cansativo para deslocamentos longos ou demorados, nos horários de trânsito congestionado. Seu volante é pesado, os pedais exigem força nas pernas e a suspensão é firme, quase dura. Não é por acaso que as unidades que disputam a copa organizada pela fábrica, a Mini Challenge Cup, entram na pista sem sofrer adaptações além das requeridas pela segurança dos pilotos, como a instalação de santantônio. 

Com predicados tão esportivos, Interlagos mostrou-se o lugar ideal para avaliar a dirigibilidade do John Cooper Works. Na reta sentimos que o motor deveria empurrar um pouco mais. Se as ruas parecem pequenas para o carro, a pista se incumbe de rebaixar qualquer eventual soberba. Mas essa fraqueza foi compensada pela habilidade em contornar as curvas de forma ágil e obediente. Um sistema eletrônico acionado automaticamente, quando o programa eletrônico de estabilidade (DSC) é desligado, faz as vezes de diferencial blocante, controlando a tração de cada roda dianteira. 

Para os pilotos de plantão, um botão "Sport" localizado no console pode deixar as coisas ainda mais divertidas. Pressionado, esse botão promove mudanças na direção, que fica mais precisa, e nas respostas do acelerador, mais rápidas. 

Ao contrário de muitas versões esportivas, cuja esportividade está mais no visual que no desempenho, o Mini John Cooper Works faz pouco alarde na aparência. Os maiores sinais de seu temperamento arisco são os emblemas estilizados "John Cooper Works", aplicados na tampa traseira, no cubo das rodas e nas pinças de freio. O aerofólio traseiro e as costuras vermelhas do couro do volante e da coifa do câmbio complementam a paramentação. Nem os bancos do John Cooper Works são diferentes. Se quiser bancos concha, o comprador terá de pedir como opcional, assim como outros itens de personalização disponíveis na linha. 

A unidade avaliada trazia ar-condicionado, sistema de som, airbags e uma central multimídia conjugada ao grande velocímetro, no alto do console, com sistema GPS. Além de bonita, essa central tem uso bastante intuitivo, mas o velocímetro, assim como nos demais Mini, é um tanto quanto enigmático. Felizmente, à frente do volante há outro mostrador com um velocímetro digital e um conta-giros analógico de fácil leitura. 

Por tudo que entrega, o Mini John Cooper Works não custa caro. Seu preço sugerido é de 139 950 reais, enquanto o Mini Cooper S (automático) sai por 128 750 reais.

 

CONFIRA A GALERIA DE FOTOS DO MINI JOHN COOPER WORKS


 

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO 
Pronto para encarar um autódromo, o JCW tem direção pesada, suspensão firme e freios eficientes. 
★★★★ 

MOTOR E CÂMBIO 
Esta dupla tem muita disposição, com torque abundante em qualquer regime e marcha. 
★★★★★ 

CARROCERIA 
O visual é basicamente o mesmo desde o relançamento do Mini, em 2001, mas ainda é charmoso. No mais, ele é bem acabado e tem materiais de qualidade. 
★★★★ 

VIDA A BORDO 
Assim como os outros Mini, este também tem um velocímetro de difícil leitura. Mas a diversão que proporciona compensa os defeitos. 
★★★★ 

SEGURANÇA 
Ele tem ABS, freios de assistência em curvas, ESP e airbags. 
★★★★★ 

SEU BOLSO 
Pelo que entrega, e considerando que os projetistas reconstruíram o carro a partir do Cooper S, seu preço fica bem interessante. 
★★★★

 


 


AVÔ F-1 

A Cooper Car Company forneceu chassis para a F-1 e venceu dois Campeonatos Mundiais, 1959 e 1960, com um carro pilotado pelo australiano Jack Brabham. Seu chassi foi copiado por outras equipes e influenciou profundamente a categoria.

 


 

OS RIVAIS 

Honda Civic Si 2.0


Ainda em cartaz, este sedã tem comportamento irrepreensível. Seu motor tem 192 cv e custa negociáveis 103 650 reais. Subaru impreza WRX 2.5 t Este outro esportivo japonês tem motor boxer turbo de 310 cv, seis marchas e tração integral. Custa 135 000 reais.

Subaru impreza WRX 2.5 t


Este outro esportivo japonês tem motor boxer turbo de 270 cv, seis marchas e tração integral. Custa 135 000 reais.

 



VEREDICTO 

Pelas mudanças feitas no projeto, em relação ao Cooper S, e pelo que entrega, o John Cooper Works é um esportivo com boa relação custo-benefício, além de ser um carro charmoso para ser usado no dia a dia.

 

 

 

FONTE: Quatro Rodas

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