MAZDA2 E MAZDA3

18-10-2011 15:00

 

COM A CHEGADA DOS MODELOS, O BRASIL ENFIM PASSA A CONTAR COM TODAS AS GRANDES MARCAS JAPONESAS

Mazda2 e Mazda3

 

Logo após a abertura às importações, em 1990, o Brasil foi invadido pelas principais marcas de automóveis do mundo. O tempo passou e algumas delas não resistiram às inconstâncias da economia local e deram adeus ao consumidor, entre elas a japonesa Mazda, em 1998, deixando assim o país sem um dos grandes nomes do mercado mundial. Famosa na Europa pela combinação de baixo preço com boa qualidade de construção, ela finalmente está de volta. A importação oficial será retomada entre abril de 2012 e março de 2013, com carros vindos direto do Japão. Mais tarde passarão a ser importados da futura fábrica do México, onde serão produzidos os dois modelos que devem vir para cá: o Mazda2 e o Mazda3. Para conhecer melhor esses dois novos representantes da trincheira oriental, fomos a Lisboa para um rápido test-drive. 

Comecemos pelo Mazda2, um hatch compacto que tem exatamente o mesmo comprimento de um VW Gol (3,90 metros), mas é 2 cm maior no entre-eixos. A primeira constatação a fazer, quando olhamos esta terceira geração do Mazda2, é seu estilo mais esportivo e moderno - ele foi apresentado em 2007. Seu design, que tem um ar de Peugeot, é marcado pelas rodas muito próximas dos para-choques, de maneira que quem viaja atrás se senta praticamente sobre o segundo eixo, boa solução para ampliar o espaço traseiro. 

O interior é marcado pela forte cor preta, criando um ambiente escuro demais para um público alvo que é mais jovem que a média. Apesar de algumas aplicações de efeito cromado (nos raios do volante, portas e aros das saídas de ventilação) e de um aspecto moderno e equilibrado, o resultado final é sóbrio demais, sem a habitual metade inferior de plástico mais claro, que se tornou quase norma nesse segmento. Por falar em plástico, é pena que os revestimentos do painel sejam de toque rígido. O espaço para pernas atrás é suficiente para quem tem 1,80 metro de altura. 

Ainda não se sabe que motorização estará à venda no Brasil, mas não seria de espantar se fosse o 1.3, como na unidade avaliada. Ele dispõe de duas opções de potência (de 75 ou 84 cv), ambos com o mesmo torque (de 12,4 mkgf), obtido à custa de diferentes ajustes de software de gestão eletrônica. Com 84 cv, ele seria superior ao Citroën C3 1.4 (82 cv no álcool), mas abaixo do Gol 1.6 (104 cv). Porém, seu foco não é desempenho e sim economia: 19,6 km/l no consumo médio pelo padrão europeu, um dos melhores de sua categoria. 

Ao volante, logo notamos como a posição de dirigir é agradável, em especial pelo câmbio (preciso e razoavelmente rápido, ainda que ruidoso), com uma alavanca em posição elevada e próxima do pequeno e bem-acabado volante - que tem regulagem em altura. Como não é um modelo de vocação esportiva, sua suspensão tem um ajuste mais confortável, adequada à proposta do carro - só em estradas mais sinuosas pode-se sentir o excesso de movimentos da carroceria. Se o piso for irregular, os passageiros de trás sentirão mais, pela geometria simples da suspensão (de eixo de torção). 

Mazda3 
Ao fim do test-drive no modelo compacto, é hora de passarmos para o hatch médio Mazda3. Ele é o automóvel mais vendido da marca japonesa, com atributos que começam em uma boa confiabilidade, passam por interiores recheados de equipamento e terminam num excelente chassi, desenhado com a ajuda da Ford. Aliado a isso tudo está um preço bem competitivo em quase todos os mercados onde é vendido, sem esquecermos o bom nível de itens de série. 

Ao sentarmos no banco do motorista, agrada de início a posição de dirigir, não apenas pela regulagem de altura e profundidade da coluna de direção como também por colocar o câmbio mais próximo do volante do que é comum nos carros do segmento, onde se incluem Ford Focus e Volkswagen Golf. Em compensação a visibilidade não é das melhores, primeiro porque mal se consegue perceber onde acaba o capô, depois porque no para-choque traseiro existe uma aresta central que se arranha com facilidade em balizas. No entanto, considerando suas dimensões externas, a cabine até que é ligeiramente apertada e, pelo aspecto moderno da carroceria, falta alguma qualidade nos materiais internos. 

O painel tem uma montagem sólida, mas os revestimentos que estão mais próximos do condutor são na maioria rígidos, ao contrário da concorrência. A ergonomia no geral é muito boa, seja pelo completo volante multifunções, seja pela concentração de comandos do som ao centro do painel e de climatização embaixo. Em alguns detalhes percebe-se que é possível melhorar a qualidade a bordo do Mazda3: não há luz interna de leitura, as portas não travam sozinhas em movimento e há revestimentos pobres demais, como no porta-malas. 

O melhor do seu comportamento dinâmico é a capacidade de absorver irregularidades do piso, com um louvável equilíbrio entre estabilidade e conforto. Para um modelo já que tem alguma pretensão esportiva, falta uma direção mais comunicativa e também mais estabilidade em linha reta, em altas velocidades. Não gostamos do câmbio manual de seis marchas, ruidoso e pouco preciso. 

A história é diferente com o motor, o único quatro-cilindros a gasolina de injeção direta na gama Mazda3. É um 2.0 de 151 cv que responde com vivacidade a partir de 2 200 rpm, mais ainda acima de 2 800 rpm. Claro que com isso o consumo é sacrificado: 14,7 km/l no padrão europeu. Um aplauso final para a excelência do sistema stopstart do motor, realmente suave e rápido, bem como para a eficácia dos freios, com distâncias de imobilização reduzidas e sempre muito estáveis. 

Ao fim do test-drive duplo, fica no ar uma sensação positiva, sugerindo que a Mazda dispõe de carros que podem aliar qualidade a baixo preço, que no Brasil ainda vai depender da motorização e do pacote de equipamentos que a marca vai adotar por aqui. Esses dois representantes da marca se comportam como ótimos embaixadores no reatamento de relações com nosso mercado.

 



MAZDA2 

Motor:
 dianteiro, transversal, 4 cilindros, injeção direta 
Cilindrada: 1 348 cm3 
Potência: 84 cv a 6 000 rpm 
Torque: 12,4 mkgf a 3 500 rpm 
Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira 
Dimensões: comprimento, 390 cm; largura, 170 cm; altura, 148 cm; entre-eixos, 249 cm 
Peso: 955 kg 
Volumes: porta-malas, 250 litros; tanque de combustível, 43 litros 
Suspensão: Dianteira: McPherson Traseira: eixo de torção 
Freios: disco ventilado na frente, tambores atrás 
Direção: elétrica 
Pneus: 185/55 R15 
Desempenho: 0 a 100 km/h a 12,9 segundos; máxima de 173 km/h 

MAZDA3 

Motor: dianteiro, transversal, 4 cilindros, injeção direta 
Cilindrada: 1 999 cm3 
Potência: 151 cv a 6 200 rpm 
Torque: 19,5 a 4 500 rpm 
Câmbio: manual de 6 marchas, tração dianteira 
Dimensões: comprimento, 446 cm; largura, 176 cm; altura, 147 cm; entre-eixos, 264 cm 
Peso: 1 345 kg 
Volumes: porta-malas, 340 litros; tanque de combustível, 55 litros 
Suspensão: Dianteira: McPherson Traseira: miltilink 
Freios: discos ventilados na frente, sólidos atrás 
Direção: elétrica 
Pneus: 205/50 R17 
Desempenho: 0 a 100 km/h a 10,4 segundos; máxima de 206 km/h

 

 



VEREDICTO 

Na Europa, eles fazem sucesso por ter bom pacote de equipamentos e por quebrarem pouco. No Brasil, se mantiverem o preço acessível, vão dar trabalho à concorrência.

 

 

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FONTE: Quatro Rodas

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