Ford V8

07-12-2011 13:01

ELE FOI O RESPONSÁVEL PELA POPULARZAÇÃO DO MOTOR V8 NOS EUA E PELA FFEBRE DOS HOT RODS

Ford V8

 

Encerrada a saga do Modelo T e a evolução trazida com o Modelo A, em 1932 a Ford deu um passo fundamental na sua história e na de Detroit. Última cartada profissional de Henry Ford, pela primeira vez sua linha se dividia em dois tipos de motorização. O Modelo B era montado com um quatro-cilindros, enquanto o Modelo 18 se caracterizava por um precioso equipamento: o primeiro V8 da Ford e o primeiro produzido em massa. As válvulas laterais justificavam o apelido Flathead (cabeçote plano) do motor.

Motores V8 já existiam desde que a francesa Antoinette havia criado um, em 1900. Cinco anos depois, a Rolls-Royce lançou o seu, enquanto a GM estrearia esse motor no Cadillac 1915. A presença do V8 até então era restrita ao segmento de luxo. A Ford subverteu a regra. O nome 18 unia o "1" de primeiro ao "8" do número de cilindros, mas o carro é conhecido até hoje como Ford V8.

Exceto pelo motor, não havia grandes diferenças entre o Modelo B e o 18, mas o V8 vendia mais, apesar de mais caro. Ele brigava com o seis-cilindros da Chevrolet - e era mais popular. Se o B dispunha de 50 cv, o V8 de 3,6 litros entregava 15 cv a mais. Motores de oito cilindros eram pesados e caros de produzir. O bloco único do motor (em vez de unir duas bancadas de quatro, o que era comum) facilitava a produção em massa e foi o maior desafio de Henry Ford. O comando foi instalado acima do virabrequim. Os coletores de admissão ficavam dentro do "V". No início, alguns V8 apresentavam consumo exagerado de óleo e cabeçotes trincados, mas nada que maculasse sua reputação.

As carrocerias compunham um elenco que incluía sedãs de duas portas (Tudor) e quatro (Fordor), cupês de três janelas ou cinco, phaeton, cabriolet, roadster, perua e picape.

Para 1933, o entre-eixos cresceu de 2,69 para 2,84 metros e a potência subiu 10 cv. O nome oficial do Ford V8 passou a ser Modelo 40. Apesar da depressão econômica, as vendas não paravam de aumentar. Na nova geração, a grade foi inclinada, o para-choque era curvo no centro, os para-lamas cobriam mais as laterais e as portas eram suicidas.

É o caso do Ford Modelo 40 1933 Cabriolet das fotos. Volante e pedais muito próximos do motorista causam aperto, os joelhos ficam bem acima do quadril. Apesar dos pneus estreitos, a direção é pesada. O vigor do V8 ainda não era tão evidente, mas o carro flui tranquilo até 80 km/h. O engate das marchas é seco, sendo a primeira no lugar habitual da segunda e a ré no da primeira.

Mais 10 cv viriam em 1934, quando o quatrocilindros foi cancelado. O Flathead original com bomba d’água à frente dos cabeçotes durou até 1936, enquanto o projeto básico do motor foi mantido até 1953. No pós-guerra viria a febre dos hot rods, modelos antigos que sofriam transformações, dos quais muitos eram baseados no Ford V8, o que só melhorou ainda mais a imagem do modelo. Só nos anos 50 esse tipo de motor chegaria às divisões de entrada da GM e da Chrysler. Ícone americano por excelência, o V8 deve muito à ousadia a que a Ford deu início em 1932.

 

FOTOS:


O orgulho pela marca V8 vinha estampado nas rodas.


Ford Modelo 40 1933 Cabriolet tinha estofamento combinando com a cor da capota.


O motor V8 de 3,6 litros era conhecido como Flathead.

 

 

 

 

 

FONTE: Quatro Rodas

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