Ford Escort XR3 Conversivel
DESENHO MAIS MODERNO E O MOTOR 2.0 DO GOL GTI ERAM O DIFERENCIAL DA SEGUNDA GERAÇÃO
Destaque entre os nacionais apresentados em 1983, o Escort foi o maior lançamento da Ford brasileira nos anos 80. Sua versão XR3 tornou-se um ícone de esportividade para uma geração e foi nosso único conversível de série naquela década. Com carroceria conversível, ela representava desde 1985 o ápice de sofisticação no segmento e só encontraria um rival em 1991, com o Chevrolet Kadett GSi. Para o padrão da época, seis anos nem eram tanto tempo assim. Mas a reabertura das importações acelerou a taxa de renovação dos projetos. No Salão do Automóvel de 1992, lá estava o Escort em sua segunda geração brasileira.
A principal melhoria foi, graças à Autolatina (joint-venture formada pela Ford e pela Volkswagen), a adoção do motor 2.0 do Gol GTi, com 116 cv, 19 cv a mais que o 1.8 anterior. A suspensão dianteira teve o braço triangular simples trocado pelo inferior. A traseira, antes independente com McPherson, passou a ter o eixo de torção. Importado da Transax, subsidiária da Autolatina na Argentina, o câmbio era todo novo. Os tambores de freio traseiros davam lugar a discos rígidos. A produção continuava sendo feita em parceria com a Karmann-Ghia.
O perfil mais suave e arredondado estava em dia com o que havia de mais moderno no mundo - essa nova geração ainda era novidade na Europa. A frente com a tomada de ar praticamente restrita a uma abertura no para-choque era um estilo que a Ford vinha difundindo desde os anos 80 com o Sierra europeu e o Taurus americano. Por dentro, o volante era o primeiro entre os nacionais a oferecer regulagem de distância. Ao tocafitas podia vir combinado um equalizador e os bancos dianteiros Recaro traziam duas regulagens lombares.
Se faltavam mostradores como voltímetro, manômetro e computador de bordo, o velocímetro indicava até exagerados 240 km/h. Em seu primeiro e único teste na QUATRO RODAS, um comparativo com o Chevrolet Kadett GSi conversível, a nova geração cravou 186,4 km/h contra 183,3 km/h do concorrente. Na aceleração de 0 a 100 km/h, uma pequena diferença: 11,18 segundos, frente a 11,35 do Chevrolet.
A capota do XR3 contava com o acionamento eletro-hidráulico, que só funcionava com o motor desligado. Somavam-se a isso os vidros elétricos traseiros, alarme e o som requintado, além do preço menor mesmo sendo um lançamento. "O carro não é usado para fazer o trajeto, o trajeto é usado para o carro", diz o dono do exemplar 1994 fotografado, explicando como ele aproveita seu XR3, que considera ainda bem contemporâneo.
Em 1994, a injeção analógica Bosch LE-Jetronic deu lugar à FIC digital e foi lançada a série 75 Anos (da Ford no Brasil), na cor preta com a parte inferior em champanhe. O modelo 1995 recebeu rodas de cinco raios, novos tecidos internos, painel mais claro, volante com regulagem de altura e distância - inédito no Brasil -, frisos externos pretos e versão a álcool. Foi o último ano do Escort conversível e do XR3. Luxo e esportividade jamais seriam tão vistosos entre os Ford nacionais.
TESTE
QUATRO RODAS MARÇO DE 1993
Aceleração 0 a 100 km/h
11,18 s
Velocidade máxima
186,4 km/h
Frenagem 80 km/h a 0
30,6 m
Consumo
8,37 km/l (cidade) e 12,14 km/l / 13,21 km/l (estrada, a 100 km/h, carregado/vazio)
PREÇO
FEVEREIRO DE 1993
Cr$ 673 921 000
ATUALIZADO
R$ 203 680
FOTOS
A capota de tecido impermeável era acionada eletricamente com o motor desligado
A minicalota escondia os parafusos
O volante tinha regulagem telescópica de distância, mas não de altura
O banco Recaro era uma referência dos esportivos dos anos 80
A segunda geração tinha poucos marcadores,...
...mas ganhou o equalizador digital
Em vez de apoio de cabeça, só dois leves ressaltados no encosto
FONTE: Quatro Rodas
Tópico: Ford Escort XR3 Conversivel
Ford Escort XR3 Conversível
Ford Escort XR3 Conversível
Só fico em dúvida quanto a esse preço atualizado do XR3, pois me lembro bem que, na época em que ele era novidade no mercado, muitas pessoas que não eram ricas possuíam um (o mesmo vale pro Kadett).
Então, minha dúvida nesse quesito é: o dinheiro realmente "não valia nada" naquela época ou as pessoas ganhavam tão bem assim? Imagino que o mais próximo da realidade seja a segunda opção.
De qualquer modo, sinto muita falta de carros conversíveis "mais acessíveis" no Brasil. Acho que já passou da hora de, pelo menos os carros "médios", terem esse "opcional". Não adianta as fábricas argumentarem, eventualmente, que para facilitar o acesso das pessoas, os conversíveis foram substituídos pelos carros com teto solar.
Acho que os deveriam co-existir sem maiores problemas e com preços um pouco "mais acessíveis".
Fico imaginando, por exemplo, quão legal seria um Focus (ou outro carro da categoria) conversível.
Uma pena que o mercado automobilístico brasileiro seja a piada de mal gosto que é.
Uma pena mesmo.