Fiat Uno Mille

17-06-2011 13:31

 COM ELE, A FIAT FEZ DO CONCEITO DE CARRO POPULAR UM FENÔMENO MODERNO DE MERCADO

Fiat Uno Mille

“O carro de série mais barato do Brasil é também o mais econômico para uso na cidade. Fez 12,26 km/litro de gasolina em nosso percurso urbano.” Assim QUATRO RODAS anunciou a chegada do Fiat Uno Mille, na edição de setembro de 1990. Boa parte do mérito, tanto no preço como no consumo, era do motor 1050, que vinha do Fiat 147 e do próprio Uno – na versão S, até 1985 – e continuava sendo feito para a Argentina. Para se enquadrar na nova redução de 50% do IPI para carros de até 1 litro, a cilindrada caiu para 994,4 cm3.

A idéia de fazer um carro mais acessível às camadas menos favorecidas já não era uma novidade. Em meados dos anos 60, Renault Gordini Teimoso, DKW Pracinha, Simca Profissional e VW Pé-de-Boi foram uma tentativa de encurtar a distância dos sem-carro para um carro novo. De tão popularizado, o termo pé-de-boi acabou por virar sinônimo de carro despojado. Em 1965, esses modelos mereceram uma linha de crédito especial do governo do país e da Caixa Econômica Federal, mas isso não foi suficiente.

Em 1988 surgiu o Gurgel BR-800, o primeiro carro 100% nacional. Como estímulo, ganhou um incentivo do governo: 5% de IPI – ante o piso de 25% para carros com capacidade a partir de 800 cm3. Mas a redução se estendeu aos 1.0 e a Fiat saiu na frente e tirou proveito de sua rede mais ampla e de seu veículo maior e mais confortável. Por outro lado, era o começo do fi m do sonho do carro genuinamente nacional.

O acabamento ia além do esperado, com revestimento central dos bancos aveludado, colunas traseiras forradas, tampa interna do porta-malas e servofreio. Porém os apoios de cabeça eram opcionais, assim como a quinta marcha, retrovisor direito, acendedor de cigarro e limpador traseiro. Foi como um renascimento para o Uno. Já nos primeiros meses, 45% da produção era de Mille. O colecionador paulista Sérgio Minervini comprou de um amigo o exemplar 1990 das fotos. “Fiquei sem coragem de usar”, diz o dono do carro, que só tem 120 km originais.

No segundo teste, de março de 1991, QUATRO RODAS revelava que os números de setembro de 1990 foram resultado de uma preparação da Fiat no carro cedido, diferente do de produção. De 139,6 km/h, a máxima baixava a 135,8 km/h. “Surpresa maior na aceleração de 0 a 100 km/h: 17s35 contra decepcionantes 20s27.” O consumo urbano caía de 12,26 km/l para 11,52 km/l. Ainda assim, a revista notava que eram números compatíveis com sua proposta.

A evolução do Mille prosseguiu com a versão Mille Brio, meses depois. De 48,5 cv, a potência subia para 54,4 cv e o torque, de 7,4 para 7,7 mkgf. Para 1993, além de quatro portas, o Mille Electronic trazia ignição eletrônica. O mercado via surgir rivais como o Chevrolet Chevette Junior, o VW Gol 1000 e o Ford Escort Hobby. Para enfrentar o novo Corsa, em 1994, a Fiat adotou a frente nova dos demais Uno e o acabamento ELX no Mille. Começava uma dilatação do conceito do Mille, seguida pela concorrência. Ar-condicionado e vidros e travas elétricos eram opcionais.

Na linha 1996, ele recebia injeção eletrônica. Para 1997, o Mille SX deveria preparar o mercado para o fim da produção do Uno – o que não aconteceu. O Mille ganhou motor Fire de 55 cv em 2001, frente nova em 2004 e, além de um redesenho, motor flex em 2005. Em 2008 o Mille passou a oferecer a versão Way, com visual de apelo off-road. De 1990 a abril de 2009 a Fiat fabricou 2201946 Mille. Após quase 20 anos de mercado, o motor 1.0 não só é a única opção de Uno novo, como ainda o mantém entre os cinco mais vendidos do país. No caso do Uno Mille, ainda cabe um duplo sentido ao termo carro popular.


TESTE

>> Veja os testes do carro na edição

QUATRO RODAS
MARÇO DE 1991

Aceleração: 0 a 100 km/h 19,71 s

Velocidade máxima: 135,7 km/h

Frenagem: 80 km/h a 0: 31,0 metros

Consumo: 13,20 km/l (média), 11,52 km/l (cidade) e 14,50 km/l / 15,25 km/l (estrada, a 100 km/h, carga total / vazio)


PREÇO

FEVEREIRO DE 1991 - Cr$ 1 616 606
ATUALIZADO - R$ 24 185 (IPC-SP)

 

 

FOTOS:

Interior igual ao do Uno S, mas os bancos eram diferentes: modelos reclináveis e com apoio de cabeça, só como opcional

 

O 1.0 de 48,5 cv dava conta de seus 801 kg

 A saída de ventilação nas extremidades do painel sumiu para baixar custo

 Tampa sobre o porta-malas e faixa de veludo sobre o vinil revelavam que o Mille era um pé-de-boi menos despojado que os outros

Tampa sobre o porta-malas e faixa de veludo sobre o vinil revelavam que o Mille era um pé-de-boi menos despojado que os outros

 

 

 

 FONTE: Quatro Rodas

 

 

 

Tópico: Fiat Uno Mille

alto consumo

dirceu goncalves 17-03-2015
meu uno fire ano 2002 esta com auto consumo o que devo fazer

o meu uno mille liga mais não da a partida e não sei o que devo fazer?

janio santos 14-05-2014
me oriente por favor?

CAIXA DE AR PARA INSTALAÇÃO DE AR CONDICIONADO

JOSAE DOS SANTOS 25-09-2012
ONDE POSSO ENCONTRAR A CAIXA DE AR PARA INSTALAR AR CONDICIONADO NA FIAT UNO EP ANO 96 - 1.0 /

fumaça

wanderlei 16-06-2012
estou com meu carro fiat uno ano 98,soutando um pouco de fumaça oque devo fazer

Re:fumaça

Neutro 27-07-2012
Levar na Oficina ^^

forro da tampa

Guilherme 08-05-2012
Onde posso encontrar o forro da tampa do porta malas do uno mille 96?
Comprei um uno que não tem esse forro, tem a máquina do limpador do vidro mas não tem o forro, é norma?

onde comprar bancos dianteiro

adriano 16-04-2012
amo meu uno

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