DKW F89/3=6

16-04-2011 13:46

 

COM SOLUÇÕES PRÓPRIAS, ELE NASCEU COM A MISSÃO DE COMBATER O VW FUSCA

 

DKW F89/3=6

As quatro argolas do logotipo da Audi datam de 1932, quando, junto com outras três alemãs, ela formou a Auto Union. Até a Segunda Guerra parar a produção, todas usavam o mesmo emblema, mas cada uma tinha seu segmento: compactos DKW, médios Wanderer, médios de luxo Audi e grandes de luxo Horch. Restabelecida a companhia em 1949, só a DKW voltou, com o F 89, também chamado Meisterklasse. De frente arredondada e faróis circulares, nasceu com a missão de encarar um rival forte, o Fusca, mas com soluções próprias. 

A grade indicava motor dianteiro. A ondulação dos para-lamas dianteiros invadia as portas articuladas para trás. Os traseiros pareciam asas recolhidas de um pássaro. O chassi era baseado no do antigo F 8, que também cedia o motor de dois tempos, recurso incomum em carros da época. Com dois cilindros e 0,7 litro, produzia 23 cv. O F 89 alcançava 100 km/h e vinha nas versões sedã, cupê, conversível e perua de três portas. A produção em série teve início em 1950. 

Em 1953 chegou um novo motor e nome: 3=6, insinuando que seus três cilindros valiam por seis. Com 34 cv e 114 km/h de máxima, não passaria de um bom slogan. Ainda assim, o DKW 3=6 venceu o campeonato europeu de rali do ano seguinte. Dois anos depois, 10 cm mais largo e com uma grade ovalada, o 3=6 entregava 40 cv. É o que mostram as fotos do topo de linha 3=6 Sonderklasse Luxus Coupé 1957, do engenheiro mecânico paulista Rene Witzke. 

O ar quente é o mesmo que passa pelo radiador. "Se o motor estiver sujo, com vazamento, o cheiro entra no habitáculo", diz o dono. O botão de partida fica à esquerda e o pisca à direita do volante, o freio de mão sob o painel. Graças à tração dianteira, não há túnel no assoalho. Os 10 cm a menos no entre-eixos que trazia o então novo sedã (que foi o DKW produzido no Brasil) fazem falta com passageiros atrás. 

O motor dois-tempos é elástico. Com a faixa de torque estreita, há de se esticar bem cada marcha. "Como se dizia na época, DKW pede mais marcha que alemão em baile". Além de produzir seu característico pipocar rouco, o torque baixo em baixas rotações faz queimar um pouco a embreagem ao sair. 

Os freios são bem solicitados, pois com a roda-livre quase não há freio-motor. O acelerador de dois estágios fica mais duro a partir de um ponto, para ajudar a reduzir o consumo. "Os bancos fazem parte da suspensão", diz Witzke. Bem macia, de curso longo, mas resistente, foi feita para as estradas ruins da época. 

Em 1958, a Auto Union virou marca, com o modelo 1000 e, em 1964, o F 102 aposentou o projeto, que continuou vivo no Brasil e Argentina por mais alguns anos. A marca Audi retornou em 1965 e se uniu em 1969 à NSU, já sob controle da Volkswagen, encerrando assim um legado marcado pelo uso de criativas soluções próprias nos seus carros de baixo custo.

 


 


KOMBI

 



Não foi só o Fusca que teve resposta da DKW. A Kombi também. Com a F 89 L de 1949 (foto), a marca ajudou a criar a van monovolume. Diferentemente da Kombi, o motorista ia sobre o motor (dois tempos, de dois cilindros e 0,6 litro) com 20 cv. O modelo, que chegou a ter depois um motor de três cilindros, durou até 1962.

 

FOTOS:

 

Nos DKW alemão, o vidro era mais curvo e dividido em três partes

 

Bancos com tecido e imitação de couro e teto de casemira

 

 

FONTE: Quatro Rodas

 

 

Tópico: DKW F89/3=6

Não foram encontrados comentários.

Novo comentário

Contatos