CADILLAC COUPE DE VILLE

22-04-2011 12:38

 

O HARDTOP AMERICANO PASSAVA DAS MEDIDAS, MAS FOI O CARRO QUE DITOU AS TENDÊNCIAS A PARTIR DOS ANOS 50

 

Cadillac Coupe de Ville

A janela traseira envolvente do Studebaker Starlight 1947, o farol central móvel “cyclops eye” do Tucker 1948, as tomadas de ar laterais dos Buick 1949... O pós-guerra foi um período prolífico em recursos estéticos nos carros americanos. Mas quem tinha as idéias que eram logo copiadas era a Cadillac. Um ano após apresentar a traseira rabo-de-peixe (inspirada no caça Lockheed P-38 Lightning), o Série 62 Coupe de Ville 1949 inaugurava um estilo que viraria moda: o “hard­top convertible” ou “conversível de teto rígido”.

Ao eliminar as colunas centrais e pintar o teto de outra cor, o time de designers chefiado por Harley Earl queria criar a impressão de um conversível com o teto fechado. A idéia, compartilhada com o Buick Roadmaster Riviera e o Oldsmobile Ninety-Eight, logo se tornaria um sucesso no Coupe de Ville. Ainda por cima,ele estreava o novo V8 5.4 de 160 cv e válvulas no cabeçote, maior inovação nos V8 da Cadillac desde 1915. O novo Cadillac era um marco. “Não havia nada próximo em termos de prestígio, qualidade, estilo e inovação técnica”, disse Michael Lamm em sua retrospectiva dos 100 anos da Cadillac na revista Popular Mechanics. Depois dele, começaram a proliferar os hardtops, como o Chrysler Newport e o Chevrolet Bel Air. Em 1951, os enfeites do pára-choque cresceram a ponto de serem chamados de “dagmars”, alusão aos seios da americana Dagmar, voluptuosa atriz de TV da época. Em 1952, o V8 ganhou mais 30 cv e na linha 1954 herdou do Eldorado o pára-brisa envolvente, como o de um avião.

É do empresário paranaense Sebastião Lazaro Gulla o Coupe de Ville 1955 que aparece nas fotos e que até hoje roda com perfeição. Os engates do “hidramático” de quatro velocidades mimam o motorista com suavidade nas trocas. O motor é bastante elástico e o escalonamento das marchas aproveita muito bem seus 250 cv. O sistema a hidrovácuo dos freios responde rápido, apesar dos 2010 kg do carro – pede cautela nas primeiras freadas, para que as rodas não travem. A suspensão supermacia torna qualquer piso um tapete, mas deixa o cupê inclinar demais nas curvas em velocidade mais elevada. O porta-malas enorme logo chama atenção. “Os frentistas de postos de abastecimento brincam que é possível morar nele”, diz o dono.

 

 
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Mesmo sendo inteiriço, o banco dianteiro oferecia ajuste elétrico

 

Em 1956 viria o Sedan de Ville, também sem coluna central, mas com duas portas a mais. O estilo foi ficando mais rebuscado até 1959, quando a Cadillac decidiu reduzir gradualmente os adereços de seus carros. Em 1965, as barbatanas sumiram e em 1974 o Coupe deVille (sim, ele mudou ligeiramente de nome) ganhou colunas centrais. Três gerações depois, em 1993, ele sairia de linha. Porém o nome manteve-se vivo no sedã DeVille até 2005. Dos mais famosos recursos estéticos da Cadillac nos anos 50, o estilo hardtop foi o único que não se inspirou na tecnologia da guerra, então símbolo de modernidade. O Coupe de Ville serviu para mostrar que havia beleza além do imaginário bélico da Detroit da época.


MODA TIPO B
Além dos “hardtop convertibles”, os designers dos anos 50 fizeram da ausência da coluna B um dos recursos mais freqüentes da época. Em 1954, a Buick e a Oldsmobile levaram o estilo aos sedãs e depois às peruas. A moda foi copiada pelos rivais e chegou até o Brasil, com os cupês Dodge Dart/Charger e Chevrolet Opala.

 

 

 

FONTE: Quatro Rodas

 

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