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O MODELO PERDEU PESO, GANHOU POTÊNCIA E DESCARREGA UMA GENEROSA DOSE DE ADRENALINA NO PILOTO.
Não vejo a hora de acelerar a próxima geração do Audi R8. Fico imaginando como será esse dia, baseado na experiência de ter dirigido R8 V8, V10 e, agora, V10 GT, nessa ordem. Em cada oportunidade, foi possível sentir o nível de adrenalina subir um pouco mais. Liguei para a Audi para saber quando será o lançamento e o assessor de imprensa se espantou. "Como assim? O carro é novo!" Por ora, fico com a lembrança deste R8 GT, que você vê aqui ao lado. Levamos o superesportivo para a pista e fizemos de 0 a 100 km/h em 4,2 segundos. Depois, seguimos acelerando e velocidade foi crescendo: 200, 250, 280... O R8 chegou a 318,9 km/h!
Para desenvolver o R8 GT, a Audi se inspirou no R8 LMS (Le Mans Series), que disputa campeonatos de Turismo. O sinal mais evidente dessa referência está no grande aerofólio traseiro, feito de fibra de carbono. Mas há outros elementos que serviram para melhorar a aerodinâmica do carro, como pequenas asas localizadas nas extremidades laterais da carroceria e saias na dianteira e nas laterais.
Na cabine também não faltam acessórios de competição, como bancos tipo concha, cintos de quatro pontos, chave geral e até uma caixa-preta, instalada no porta-luvas. Segundo a Audi, a influência do protótipo está em todo o projeto.
O R8 GT é a versão mais potente do R8, que foi lançado em 2006, com motor V8 de 430 cv, e ganhou uma versão V10 de 525 cv, em 2008. Agora o R8 GT traz o mesmo V10, mas com 35 cv a mais, ou seja, com 560 cv de potência. Esse ganho foi conseguido graças a mudanças na programação eletrônica e à troca de componentes, que ajudaram a reduzir o atrito, além de aumentar a resistência do conjunto.
Vigilantes do peso
O acréscimo de força veio acompanhado de uma operação de redução de peso que retirou 95 kg do esportivo, a partir da versão V10. De 1 620 kg, o R8 passou a 1 525 kg. E sua relação peso/potência baixou de 3,1 para 2,7 kg/cv.
O emagrecimento começou pelo para-choque dianteiro, que, refeito, perdeu 5,2 kg. O capô dianteiro, com chapa de alumínio mais fina que a normal, proporcionou 2,6 kg de alívio na balança. E o para-brisa também teve sua espessura reduzida. A área envidraçada contribuiu com 9 kg, mas inclui também o vidro traseiro e a tampa do motor, que agora são de policarbonato. Os bancos de fibra de carbono fizeram desaparecer 31,5 kg. E até os carpetes foram substituídos por outros mais leves. Não é possível fechar a conta exata, porque, paralelamente à dieta, o paciente ganhou peso com o acréscimo de novos equipamentos, como o santantônio de aço, localizado atrás dos bancos. Mas o resultado do regime apareceu na pista de testes.
Trilhos na pista
Quando avaliamos o R8 V10, o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h foi de 4,4 segundos e esperávamos atingir os 300 km/h - na ocasião, não medimos a velocidade máxima, por falta de pista adequada. Agora o teste foi feito na pista da Embraer, em Gavião Peixoto (SP).
Dinamicamente, o R8 se manteve o carro neutro de sempre, parece andar em trilhos na pista. Mas a perda de peso influenciou no comportamento da direção, que ficou mais leve, em velocidades baixas - nas curvas de alta, o sistema se torna mais firme, transmitindo mais segurança. Nas frenagens mais enérgicas, no fim da reta, a traseira apresentava a tendência a flutuar, gerando certa instabilidade, mas insuficiente para tirar o carro da trajetória ou comprometer as distâncias de parada. O R8 GT freou nos mesmos espaços que o R8 V10, testado em março de 2010. A partir de 60, 80 e 120 km/h até a parada total, o GT gastou, respectivamente, 12,6, 21,7 e 48,8 metros, enquanto o V10 precisou de 12,7, 21,5 e 49,1 metros.
Para a próxima geração, ou nova versão, eu sugeriria apenas uma mudança no Audi R8: trocaria a atual transmissão, automatizada e com embreagem simples, por outra com dupla embreagem, capaz de fazer trocas mais rápidas. Pode parecer preciosismo, mas, com certeza, essa alteração tornaria o R8 ainda mais nervoso e aumentaria um pouquinho a dose da injeção de adrenalina no felizardo piloto.
CONFIRA A GALERIA DE FOTOS DO AUDI R8 GT
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
A direção é leve nas ruas e firme nas estradas. A suspensão deixa o carro grudado no chão. E os freios são bem eficientes.
★★★★★
MOTOR E CÂMBIO
O conjunto tem tecnologia refinada. Mas, se o câmbio tivesse dupla embreagem, o carro seria ainda mais rápido.
★★★★
CARROCERIA
A carroceria de alumínio ficou ainda mais leve, aerodinâmica e bonita com os acessórios de fibra de carbono.
★★★★★
VIDA A BORDO
O banco concha com cinto de quatro pontos garante postura e segurança, mas é equipamento demasiado para rodar na cidade.
★★★★
SEGURANÇA
Tem tração integral, ESP e quatro airbags.
★★★★★
SEU BOLSO
As mudanças podem até justificar o preço, mas ele é bem mais caro que o R8 V10, do qual deriva.
★★★
OS RIVAIS
Porsche 911 Turbo S
Por 899 000 reais, é o mais potente dos Porsche à venda no Brasil, com motor 3.8 de 530 cv e tração integral.
Bentley Continental GT
Com motor W12 6.0 de 575 cv, ele é mais exclusivo, custa menos (928 000 reais) e ainda leva mais dois passageiros.
VEREDICTO
O R8 GT é para aquelas pessoas que não se contentam em ter um R8 V10 "comum" sabendo que existe uma versão ainda mais esportiva nas lojas e que acreditam fortemente que gosto não tem preço.
FONTE: Quatro Rodas