AUDI A1 1.4 TFSI X MINI COOPER

09-05-2011 17:02

NUMA DISPUTA EM QUE IMAGEM CONTA TANTO QUANTO REFINAMENTO, OS MODELOS MOSTRAM QUE NÃO SÃO APENAS MAIS DOIS ROSTINHOS BONITOS

Audi A1 1.4 TFSI x Mini Cooper

"Sigam aquele carro!” A julgar pelos recentes lançamentos compactos, parece ter sido essa a ordem emitida aos projetistas pela direção de várias fábricas europeias. Até agora, o Mini Cooper só enfrentou a concorrência de seus seguidores. Filhote da BMW, fábrica acostumada a ditar tendências, a releitura do clássico Cooper lançou moda e motivou o surgimento de outros compactos reproduzindo seu conceito, como o Fiat 500 e o Citroën DS3. Até o Smart, anterior ao atual Mini, acabou por se beneficiar dessa onda. Mas faltava um concorrente de uma marca de prestígio, o que só aconteceu com o lançamento recente do Audi A1. O A1 também é inspirado no Cooper, mas chega com a imagem de produto premium, atributo que atrai tantos olhares para o Mini e que faltava aos compactos feitos pelas fábricas generalistas. E, nesse segmento, imagem é tudo. 

Alinhamos o Mini Cooper, na versão Pepper, automática de seis marchas, com o Audi A1, que é oferecido em única versão equipada com câmbio automatizado de sete marchas. O primeiro custa 95 750 reais e o segundo, 89 900 reais. Por serem destinados ao mesmo público, Cooper e A1 têm muitos pontos de contato, mas são bastante distintos entre si. São frutos de fábricas com conceitos e valores diferentes. 

A primeira diferença facilmente perceptível reside no estilo. O Mini tem design mais clássico, que conversa com o Cooper lançado em 1959, exibindo os faróis redondos, a grade dianteira horizontal e a carroceria cheia de volumes. Na linha 2011, a fábrica fez pequenos retoques, como no para-choque dianteiro, com abertura maior e moldura cromada. O Audi, por sua vez, segue o visual identificado com os atuais carros da marca, com a grade trapezoidal, os faróis geométricos e a linha de teto em arco. 

Por dentro, as identidades permanecem e a diferença parece ainda maior, porque influenciam diretamente na vida a bordo. No Mini, as formas prevalecem sobre as funções – lembre-se de que, apesar de ser feito por alemães, adeptos do pragmatismo, o Mini é um modelo concebido por ingleses, cultores do personalismo. O proprietário do Mini vai precisar de algum tempo para reconhecer a localização de comandos prosaicos como o botão de volume do rádio, por exemplo, localizado no console, acima do botão do ar-condicionado. O mostrador central é charmoso e original, mas reúne muita informação em pouco espaço, o que dificulta a leitura. Felizmente, o conta-giros foi resgatado para junto da coluna da direção, carregando consigo luzes-espia e dois visores com as informações do computador de bordo e a velocidade digital. Esse velocímetro, aliás, se mostrou mais preciso que o analógico. Durante o teste, enquanto o velocímetro central marcava 100 km/h, o digital indicava 96 km/h, e a velocidade real, registrada em nosso equipamento, era de 93 km/h. 

No Audi, o visual é mais simples e funcional. Os mostradores são comuns e estão alinhados com o volante, os comandos são claros e a tela multimídia de 6,5 polegadas no alto do console ajuda no controle dos sistemas de som e de navegação e da conexão do telefone celular. 

No espaço interno, os dois compactos são equivalentes. Ambos têm exatamente o mesmo entreeixos, de 2,47 metros, e o aproveitamento do espaço na cabine é equivalente, apesar das particularidades dos projetos. O A1 leva vantagem na largura interna, conhecida como distância para ombros. O Cooper se sai melhor na distância para as pernas, nos bancos dianteiros. Atrás, os dois pecam nas medidas de altura. Qualquer pessoa de 1,70 metro encosta a cabeça no teto dos carros. No portamalas, o Audi se sobressai outra vez com 270 litros de espaço para bagagem, enquanto o Mini oferece apenas 160 litros. Para os motoristas, os dois oferecem boa posição de dirigir, com todas as facilidades de ajuste de banco e volante. Mas também aqui há diferenças. Como um bom esportivo inglês, o Mini Cooper veste o motorista, que se sente no controle da estrada enquanto dirige, com uma visão ampla e de um ponto de vista superior. No Audi A1, a interação com o carro e com o ambiente externo é menos intensa. 

No que diz respeito aos equipamentos, os dois são completos. Trazem itens como sistema de som, ar-condicionado, computador de bordo, trio elétrico e rodas esportivas e, entre os sistemas de segurança, contam com ABS, ESP e airbags. Mas o A1 é um pouco mais bem servido, porque inclui piloto automático e faróis de xenônio na relação de dispositivos de série. O Mini tem faróis de xenônio apenas nas versões mais caras. 

Semelhantes mas diferentes 
Ao volante, pode-se dizer que há similaridade na calibragem dos sistemas de direção e suspensão, uma vez que os dois projetos privilegiam um modo de condução esportivo, com as direções apresentando respostas rápidas e as suspensões firmes. Mas as coincidências param por aí, porque as respostas dos conjuntos mecânicos influenciam decisivamente no comportamento dos carros. O A1 tem motor 1.4, com injeção direta, turbo e intercooler, e transmissão robotizada de sete marchas, e é mais impetuoso diante do Cooper, equipado com motor 1.6 16V, que esmorece diante de algumas solicitações do motorista – apesar de ter os mesmos 122 cv, seu câmbio de seis marchas é mais lento. 

Essa diferença dinâmica ficou evidente na pista de testes, onde o Audi foi 2 segundos mais rápido que o Mini, nas provas de aceleração. O A1 fez de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos, enquanto o Cooper precisou de 11,6 segundos. Os freios de ambos trabalharam com a mesma eficiência. Em todas as frenagens, os dois compactos tiveram desempenhos tecnicamente empatados. O motor do Audi voltou a surpreender nas medições de consumo. Nas simulações de uso urbano, o A1 ficou com a média de 12,6 km/l contra os 10,8 km/l conseguidos pelo Cooper. Na estrada, a vantagem do Audi foi maior ainda, com a marca de 17,2 km/l, enquanto o Mini fez 13,9 km/l de gasolina. 

O Audi A1 sai vitorioso deste comparativo. Mas, no quesito imagem, para superar o rival já consagrado no mercado, ele vai precisar arrebatar a atenção do público, da mesma forma que uma grife estreante em uma semana de moda. Um bom desafio

 

 



MINI 

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO 
As calibragens da direção e da suspensão são esportivas e os freios respondem à altura. 
★★★★ 

MOTOR E CÂMBIO 
Ficou para trás na pista de testes e consumiu mais combustível. 
★★★ 

CARROCERIA 
O design é atraente. A construção e o acabamento têm qualidade superior. 
★★★★ 

VIDA A BORDO 
Tem posição de dirigir interessante, mas o motorista precisa aprender onde estão e como usar os diversos comandos. 
★★★ 

SEGURANÇA 
Conta com seis airbags, ABS, ESP e freio auxiliar para curvas. 
★★★★ 

SEU BOLSO 
Preço compatível com o segmento. Dois anos de garantia. 
★★★

 

 



A1 

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO 
O projeto privilegia a esportividade. Os freios se mostraram eficientes. 
★★★★ 

MOTOR E CÂMBIO 
Com bom rendimento, o conjunto mecânico fez bonito na pista. 
★★★★★ 

CARROCERIA 
O estilo preserva o DNA da marca e tem personalidade. 
★★★★★ 

VIDA A BORDO 
Simples, funcional, bem equipado, boa ergonomia. Melhor para duas pessoas. 
★★★★ 

SEGURANÇA 
Quatro airbags, ABS, ESP e faróis de xenônio. 
★★★★ 

SEU BOLSO 
Segue o mercado (premium) no preço e na garantia. 
★★★

 

 



VEREDICTO 

O A1 pode não ter o mesmo carisma do Cooper, mas a Audi tem prestígio e o fato de ser um lançamento pode pesar a seu favor. Neste comparativo, o A1 se saiu melhor. Ele tem mais equipamentos, apresentou melhor desempenho na pista e ainda custa menos que o Mini, na versão Pepper automática.

 

 

FOTOS:

O Mini ganhou novo para-choque dianteiro, na linha 2011

O cockpit envolte o motorista e garante boa visibilidade

Na frente, banco com ajuste de altura

 

Atrás, falta espaço

Tela multimídia facilita o uso dos equipamentos

Ajustes manuais na dianteira

Bom espaço na traseira

Os faróis têm luzes de posição com leds

A direção do Mini é um pouco mais direta que a do A1

Motor 1.6 gera 122 cv de potência

No porta-malas cabem 160 litros

A1 tem suspensão mais firme que o Cooper

O 1.4 Turbo entrega 122 cv

Porta-malas leva 270 litros de bagagem

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 FONTE: Quatro Rodas 

 

 

 

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