Peugeot 408 Griffe tHP

 

A VERSÃO TOP DE LINHA DO SEDÃ GANHA OPÇÃO DE MOTOR TURBINADO

A eficiente dupla formada pelo motor 1.6 turbo e câmbio automático de seis marchas aplicada no crossover 3008 e no cupê RCZ estreia no 408 em fevereiro. A novidade vem acompanhada de duas notícias, uma boa e outra ruim. Apenas uma versão - a top de linha, Griffe - receberá o elogiado conjunto de 165 cv. Em compensação, preço e conteúdo permanecem os mesmos da versão equipada com motor 2.0 flex de 151/143 cv, 81 490 reais.


Com o etanol a preço muito próximo ao da gasolina, o 408 Griffe THP - de Turbo High Pressure - chega em boa hora. Tomando como base os números de consumo urbano obtidos em nossos testes e o preço do litro do etanol e da gasolina em fevereiro - respectivamente 2 e 2,80 reais -, há um empate no custo do quilômetro rodado (0,33 real) entre o 408 flex rodando com etanol e o 408 THP com gasolina. Mas o 408 turbinado abre ampla vantagem quando a mesma análise é feita tomando por base o consumo rodoviário: 0,15 ante 0,22 real, uma diferença de 32%.

Mas a grande diferença entre o 408 THP e o flex está no comportamento. Com duas marchas a mais, o câmbio confere boa progressividade, não importando o estilo de condução, comportado ou esportivo. Essa caraterística é reforçada pela curva de torque do motor. Enquanto o motor turbo oferece força maxima (24,5 mkgf) a 1 400 rpm, o modelo aspirado o faz a 4 000 rpm - e o torque não passa de 22 mkgf. Freios e suspensão permanecem inalterados, o que pode ser entendido como paradas sem sustos e na média dos rivais e um rodar firme, com acerto notamente voltado para a esportividade.

Na pista, o 408 THP mostrou números de aceleração e retomada compatíveis com os obtidos pelo 3008, em dezembro de 2010. No entanto, os resultados obtidos nas provas de consumo foram cerca de 20% piores. Consultada, a Peugeot reconheceu que em seus testes o sedã teve um consumo 10% acima do registrado pelo 3008, lembrando que há diferença de massa, tecnologia de pneus e calibração da central eletrônica do câmbio - mais esportiva no 408. Sobre a diferença extra, a Peugeot diz que não pode se manifestar antes de uma análise mais apurada do carro avaliado.

Estilo Mercedes-Benz 

A preparação da versão turbo não foi muito além do motor. De significativo, o THP tem apenas as rodas de liga leve com desenho esportivo, aliás, muito parecido com o das que equipam o novo Mercedes C 63 AMG.

A estratégia da Peugeot de disponibilizar o novo motor apenas na versão top de linha é, no mínimo, confusa. De acordo com a própria marca, em 2011 foram vendidas 6 564 unidades do 408, assim divididas: 26,9% de Allure com câmbio manual, 36,3% de Allure automático, 17,9% de Feline automático e 18,9% de Griffe automático. Ou seja, o motor turbo ficou restrito à versão de menor sucesso. E continuará assim, segundo uma fonte ligada a uma empresa fornecedora de peças para a Peugeot. "No fim de 2012, com a virada de ano-modelo, o THP será estendido ao 408 Feline. Mas a versão de entrada, Allure, deverá continuar contando apenas com o 2.0 flex", diz.

O fato é que, ao menos por enquanto, quem quiser um 408 com pique de esportivo precisará pagar por um volumoso e caro pacote de equipamentos. Itens como sistema de navegação, bancos de couro, teto solar e faróis de xenônio, entre tantos outros, distanciam em 16 990 reais a versão Griffe (81 490 reais) da Allure (64 500 reais, já com câmbio automático). O acabamento da cabine, esmerado e com aplicação de materiais agradáveis aos olhos e ao tato, satisfaz mesmo os pilotos mais exigentes.

O quadro de instrumentos com fundo claro, grafismo fino e ponteiros iluminados em vermelho, reforça a impressão de nobreza. Do banco com ajustes elétricos, o motorista tem ótima visibilidade frontal e lateral, esta reforçada pelas colunas estreitas e a janela espichada além do retrovisor.

Ainda que longe da esportividade de um Jetta, com seu 2.0 turbo de 200 cv, câmbio de seis marchas com dupla embreagem e trocas por borboletas no volante, o 408 ganha com a chegada do 1.6 THP. Melhor seria se a Peugeot pensasse em estender a novidade para a versão de base.



DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO 
A direção, com assistência eletrohidráulica, não é das mais leves. A suspensão, com acerto esportivo, pode afastar quem busca um sedã confortável, mas atende bem aos que apreciam uma tocada esportiva.
★★★
MOTOR E CÂMBIO

O motor é o mesmo do RCZ. O câmbio com seis marchas aproveita bem a força do motor.
★★★★
CARROCERIA
Acabamento e montagem esmerados e materiais de boa qualidade colocam o 408 entre os sedãs mais bem construídos do segmento.
★★★★
VIDA A BORDO
A tela motorizada tem ótima definição, o que estimula o uso do GPS, de operação fácil e intuitiva.
★★★★
SEGURANÇA

A versão Griffe é completa, com ABS, airbags frontais, laterais e do tipo cortina, controles de estabilidade e tração, piloto automático e limitador de velocidade e faróis de xenônio direcionais.
★★★★
SEU BOLSO
A estratégia de manter o preço dentro da versão é boa, pena que a Peugeot elegeu a top de linha. 
★★★



OS RIVAIS

Volkswagen Jetta Highline

Motor de 200 cv e dupla embreagem dão um show de eficiência. Completo, custa 95 410 reais.

Fiat Linea t-Jet

O motor 1.4 turbo para nos 152 cv e não há opção de câmbio automático. Básico, custa 71 860 reais.



VEREDICTO

A Peugeot está indo atrás de quem não se importa de trocar a versatilidade flex por uma direção mais dinâmica. Ao não estender, do motor tHP às versões mais em conta, pode deixar de captar clientes e ver uma simples migração dos atuais.

 

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FONTE: Quatro Rodas

Tópico: Peugeot 408 Griffe tHP

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