Impressões ao dirigir: Audi E-Tron Spyder

O CONCEITO ANTECIPA AS LINHAS DOS PRÓXIMOS CARROS DA MARCA E CONFIRMA A APOSTA NO MUNDO DOS HÍBRIDOS.

Por enquanto, o único modelo da família elétrica e-tron da Audi com produção confirmada é o R8. No entanto, o carro-conceito e-tron Spyder que você vê na foto antecipa as linhas que veremos nos Audi do futuro e, talvez mais importante ainda, confirma que a marca alemã terá motorizações diesel híbridas plug-in nos próximo cinco anos - fontes europeias garantem que ele também será a base do futuro R4, roadster de motor central que será lançado entre 2014/2015. 


A ideia de protótipo que estreou no Salão de Paris de 2010 era um desafio a 17 designers que participaram do concurso interno da Audi. O vencedor foi um conversível de dimensões compactas, bem baixo, com um para-brisa de grande curvatura, como se fosse o visor de um capacete. O carro junta o perfil dos barcos de corrida com a beleza crua das motos naked ou dos roadsters dos anos 60 e 70.

O cuidado com os detalhes impressiona: as enormes rodas de 20 polegadas são feitas de perfis de alumínio e de carbono alinhados para gerar o efeito final de uma turbina. Enquanto uma roda normal de um show-car tem quatro a cinco peças, as do e-tron Spyder têm nada menos que 66.

Quase um ano após o salão, a Audi enfim resolve proporcionar a um grupo restrito de jornalistas um test-drive em Malibu (EUA) com o roadster que aponta para soluções estilísticas dos novos Audi. Infelizmente, algumas das promessas da ficha técnica não estavam disponíveis: a máxima estava limitada a 60 km/h, longe dos 250 prometidos, o modo elétrico não passava dos 30 km/h, em vez dos 60 anunciados, dos dois turbos previstos só um estava ativo e, no lugar da câmbio automatizado de dupla embreagem, o protótipo contava com um CVT (continuamente variável). Coisas de protótipo único de salão.

O V6 diesel está montado sobre o eixo traseiro, despejando a potência diretamente nas rodas. Cada roda dianteira é acionada por um motor elétrico, somando 88 cv de potência e 35,9 mkgf de torque. Portanto, estamos num carro de tração integral permanente (25% na frente, 75% atrás), com distribuição de torque variável por roda dependendo da aderência, para melhorar o comportamento em curva.

Ele beneficia-se da construção do chassi de alumínio, bem conhecida na Audi, mas aqui acompanhada de muita fibra de carbono no interior, para reduzir o peso. O painel voltado para o motorista é bem diferente do padrão dos carros de série, talvez indicando uma linha de orientação nos novos A4, A5 e A6. No lugar dos instrumentos clássicos, o Spyder apresenta um amplo monitor flanqueado por dois mostradores redondos. A velocidade é apenas apresentada no modo digital e a informação sobre o tipo de propulsão pode ser selecionada no menu Drive.

Primeiro eu arranco no modo elétrico - o e-tron Spyder é um híbrido que pode ser recarregado na tomada (plug-in). Na teoria, ele pode rodar só no modo elétrico, só com o motor a diesel ou com uma combinação dos dois, dando preferência ao elétrico. Mesmo pisando fundo no acelerador, não deu para acordar o V6 de 3 litros de 300 cv, já que a velocidade estava limitada a 60 km/h. Melhor assim, não tanto para preservar o meio ambiente (já que a Audi anuncia um consumo médio de 45,5 km/l de diesel), mas porque a viagem se torna mais prazerosa, pois sente-se com clareza o motor rosnando às costas. 

A direção muito leve agrada, pois diz instantanemante para onde o carro tem de ir, assim como a suspensão, que nem é tão dura como seria de esperar de pneus 245/30 (dianteiros) e 265/30 (traseiros). Surpreendente é a forma como o roadster consegue evitar os movimentos da carroceria nas curvas e nos movimentos rápidos de volante, um problema tão comum nos carros-conceito. Isso só mostra como o e-tron Spyder é capaz de brilhar tanto sob os holofotes dos salões quanto sobre o asfalto das ruas do mundo real.

 

CONFIRA A GALERIA DE FOTOS DO AUDI E-TRON SPYDER



VEREDICTO

Mais que um exercício de estilo, o protótipo aponta para onde vai nova Audi. No caso, rumo a um design mais agressivo e a uma opção de motorização elétrica.

 

 

FONTE: Quatro Rodas

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