Audi A3

 

O NOVO AUDI, QUE ESTREIA NO BRASIL EM 2013, GANHO ESPAÇO INTERNO, PERDEU PESO E SE PREPARA PARA A CONCORRÊNCIA QUE ELE INSPIROU

 

 

O Audi A3 é o modelo mais vendido na história entre os hatches médios premium, segmento que, aliás, ele criou, em 1996. Agora, em sua terceira geração, ele terá como missão defender a honra da Audi da ofensiva dos seus grandes rivais recém-renovados: a Mercedes, com o revolucionário Classe A, que será lançado na Europa em junho; a BMW, que fez um ótimo trabalho com o novo Série 1, já disponível no Brasil; e a Volvo, que está entrando pesado nessa disputa com o recente V40.

Alguns donos de Audi poderão até pensar que o A3 não parece ser tão novo assim. Comparado com o pequeno A1, não é fácil notar as diferenças, especialmente de longe. Isso porque as evoluções de estilo na Audi são sempre discretas, preservando a elegância e a consistência das linhas que fazem o DNA da marca. O estilo reforça sua largura e traz faróis e lanternas lapidados para funcionarem como identidade da marca, além de poucos vincos na lataria, porém marcantes, como na traseira.

O peso, sim, sofreu redução razoável: 80 kg, ou seja, um passageiro a menos. Para manter seu tamanho (ele ganhou 1,2 cm na largura e 2,3 cm no entre-eixos, porém sem alterar o comprimento), o novoA3 usa 26% a mais de aço de alta resistência, além de alumínio em capô e laterais dianteiras e em peças no motor e chassi. A Audi alterou a posição do motor para conseguir deslocar o eixo dianteiro para a frente em 5 cm. O maior entre-eixos trouxe vantagens dinâmicas, pois proporciona maior conforto ao rodar, além de, claro, mais espaço interno. Por dentro, percebe-se que a cabine ficou mais espaçosa tanto à frente como atrás, em comprimento, largura e altura - até o porta-malas cresceu, de 350 para 365 litros.

O painel é todo feito de materiais de toque muito suave e tem uma construção cuja solidez já virou referência no segmento. Chama atenção a simplicidade das linhas e os instrumentos e comandos ligeiramente direcionados para o motorista. A parte central está menos poluída, graças à passagem da unidade central de controle de informações para dentro do porta-luvas e ao fim do freio de mão, agora um sistema elétrico por botão. O toque de classe está no pacote opcional de iluminação: pequenas luzes de led são instaladas em diversos pontos (teto, painéis das portas, espelhos de cortesia, apoios de copo) para facilitar seu uso à noite, aumentando ainda mais a sensação de qualidade a bordo.

Dois cilindros a menos 

No início, haverá dois motores a gasolina, 1.4 TFSI e 1.8 TFSI, os dois com turbo e injeção direta, e ambos serão vendidos no Brasil em meados de 2013. O 1.4 pode ter 122 ou 140 cv, por meio de mudança na injeção e pressão do turbo. Em nosso test-drive nas estradas sinuosas de Palma de Mallorca (Espanha), dirigimos o 1.4 de 140 cv, que será o A3 mais barato por aqui. Ele traz o sistema que desliga dois cilindros em descidas em condições de pouco uso do acelerador. Assim, o motor só gira de 1500 a 4000 rpm e com até 10,2 mkgf de torque (o torque máximo desse motor é de 25,5), o que leva o consumo para 19,2 a 20,4 km/l no ciclo europeu, números excelentes para um turbo. A suavidade do recurso impressiona, pois só ouvidos e mãos muito sensíveis percebem quando ele é ativado.

A suspensão independente (multilink atrás) tem bom desempenho, capaz de absorver a maior parte dos altos e baixos da estrada e de manter o equilíbrio do chassi (em curva) e o conforto dos ocupantes. Quem tem veia de piloto deve optar pelo Audi Drive Select, programa que altera as respostas do motor, da direção e do câmbio (se for o automatizado de sete marchas e dupla embreagem). A direção elétrica está mais direta (2,75 voltas contra 2,9) e recebe poucas vibrações da suspensão dianteira, mas ainda não é tão comunicativa, sendo pouco inferior à do Série 1.

A perda de peso do A3 teve ainda reflexos positivos na forma mais ágil de fazer as curvas, quando fica também clara a excelente rigidez do chassi. No 1.4 de 140 cv, agrada principalmente a resposta imediata, sem o atraso do turbo lag, juntamente com um comportamento sempre previsível, porém um pouco menos entusiasmante que num Série 1. Aliás, ao compararmos o A3 com seu maior rival, fica evidente que o Audi se encaixa com o perfil de comprador um pouco mais conservador e discreto, que paga por qualidade extra, sem necessitar da nota de emoção extra dada pela referência em comportamento divertido na classe, o BMW Série 1.



VEREDICTO

O líder A3 pode ter perdido o poder de arrebatar, mas soube atualizar as virtudes que
 o consagraram. Lapidado, ele concilia qualidade de construção e tecnologia de gente grande.

 

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FONTE: Quatro Rodas

Tópico: Audi A3

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