Triumph Stag

27-10-2011 13:32

 

O STAG NÃO CHEGOU A FAZER SOMBRA PARA MERCEDES-BENZ SL E JAGUAR E-TYPE, MAS VIROU CULT

Triumph Stag

 

Homem na Lua, contracultura, liberdade sexual, luta por direitos civis, hippies... Numa época movimentada, a indústria automobilística foi pródiga em rupturas na virada dos anos 60 para os 70, principalmente nos esportivos. Houve o Porsche 914, a Ferrari Berlinetta Boxer, o Alfa Romeo Montreal, o Opel GT, o Fiat X 1/9, o Matra Bagheera, o Toyota 2000GT e até, no cenário nacional, o Volkswagen SP2. No auge dos roadsters ingleses, a Triumph lançou um pouco conhecido representante desse grupo. Muito antes de o termo crossover ser criado, seu conversível já misturava propostas interessantes. Seu nome, Stag, significa homem desacompanhado num evento social, livre e desimpedido para aproveitar e atrair atenções.

Projetado a partir do sedã Triumph 2000 por Giovanni Michelotti, designer que veio do estúdio Vignale, o Stag deveria ser só um carro-conceito para o Salão de Turim, mas acabou na linha de produção em 1970. Idealizado para enfrentar Jaguar E-Type e Mercedes-Benz SL, ele tinha frente igual à do 2000 e uma cabine 2+2 complementada por um santantônio, que proporcionava mais segurança e rigidez torcional. Seu dono podia usar o Stag aberto, com teto rebatível ou um rígido removível. Este último o deixava com belo aspecto de cupê, principal indício de sua dupla personalidade.

Um V8 de 3 litros e 145 cv com dois carburadores foi desenvolvido só para ele. A suspensão era independente nas quatro rodas. Freios servoassistidos (a disco na frente), direção hidráulica e vidros elétricos vinham de série. Um câmbio manual de quatro marchas oferecia uma sobremarcha - inicialmente opcional. Mas havia uma transmissão automática de três, como no Stag 1971 das fotos, à venda na loja paulista Private Collections.

Ao volante, o que mais chama atenção é... o próprio. A acentuada inclinação de seu aro estreito de madeira pode ser compensada com ajustes de distância e de altura. A elegância do painel é mérito dos apliques de nogueira. O espaço é generoso e os bancos de vinil dão bom suporte às costas. A direção por pinhão e cremalheira copia em tempo real o piso. O V8 ronca alto, mas não tão grosso, e a suspensão permite um rodar suave, num conjunto indicando mais para passeios que um estilo mais nervoso de guiar.

Infelizmente, a fama de pouca confiabilidade mecânica logo se alastrou, em especial nos Estados Unidos. Lá o Stag só durou até 1973, ano da primeira grande crise do petróleo, o que pesou contra os motores V8. Melhorias discretas ao longo dos anos resolveriam parte das queixas. Se a Triumph estimava vendas anuais de cerca de 12000 unidades, pouco mais que o dobro foi produzido até 1977, quando o Stag saiu de linha. Mercedes e Jaguar? Nem sinal de incômodo. Sem se destacar em nenhum aspecto do desempenho e com uma reputação boca a boca difícil de contornar, o Stag vendeu pouco, mas é lembrado como um dos mais belos e criativos carros ingleses dos anos 70.



FICHA TÉCNICA

Triumph Stag 1971
Motor: V8 de 3 litros
Potência: 145 cv a 5 500 rpm
Câmbio: manual de 4 marchas ou automático de 3 marchas
Carrocerias: roadster
Dimensões: comprimento, 441 cm; largura, 161 cm; altura, 126 cm; entre-eixos, 254 cm;
Peso: 1355 kg
Desempenho: 0 a 96 km/h em 10,4 segundos, velocidade máxima de 181 km/h (automático)



 


 

FONTE: Quatro Rodas

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