PEUGEOT 508

07-05-2011 12:39

 

O MODELO TROCA DESIGN E FORÇA POR EQUIPAMENTOS E REQUINTE PARA CONQUISTAR PAÍSES EMERGENTES

Peugeot 508

O Peugeot 508 é a mais nova esperança francesa para tentar construir um sedã luxuoso bom o suficiente para duelar com os modelos de montadoras alemãs e japonesas, as grandes referências desse segmento. Mais que um capricho de marketing de uma marca especializada em compactos e médios, trata-se de uma necessidade para desbravar novas fronteiras. 

Entre os 14 novos modelos que a marca pretende lançar até 2012, um sedã de nível superior é fundamental para ela se impor em mercados em crescimento, como a China, onde está perdendo espaço - é apenas a 24ª marca em vendas. Lá os consumidores adoram carros grandes, sofisticados e que não percam qualidade ao longo de sua vida. Esses elementos serviram como base para a criação do 508, projetado para surrupiar clientes de modelos alemães como Audi A4 e VW Passat, além de desafiar os compatriotas Renault Laguna e Citroën C5. 

A meta é vender cerca de 200 000 unidades no ano, metade disso em países emergentes, especialmente a China - no Brasil ele será mais um carro de imagem que de volume, em função da faixa de preço. Para agradar ao mesmo tempo aos mercados emergentes e aos consolidados, a Peugeot optou por um design mais sóbrio e conservador, que se distancia de arrojos estéticos do passado. 

Para cumprir sua missão, a marca produziu um carro mais refinado e espaçoso que os modelos que ele substitui, os sedãs 407 e 607. No Brasil, enquanto o novo 408 chega para dividir o campo com Honda Civic e Toyota Corolla (leia comparativo na pág. 80), este 508 estreia no fim do ano para jogar no time de cima, onde competem Ford Fusion e Hyundai Azera. "Com a chegada dos dois modelos ao Brasil, nossa meta é ter produtos complementares para conquistarmos clientes em busca de carros confortáveis e modernos", disse a QUATRO RODAS o francês Philippe Varin, presidente do conselho da Peugeot. 

Para começar, o 508 é maior: tem 4,79 metros de comprimento, 10 cm mais que o 408 e 5 cm menos que o Fusion. De entre-eixos, são 2,81 metros, outros 10 cm maior que o 408 porém 8 cm menor que o sedã da Ford. Seu porta-malas de 560 litros supera os 526 do Peugeot argentino e os 530 do Fusion. 

Além do espaço, a marca avançou na qualidade do interior, buscando bons exemplos na concorrência. A Peugeot analisou alguns sedãs alemães usados e descobriu que precisava investir em materiais mais sofisticados no acabamento interno se quisesse conquistar esse público, pensando também em aumentar o valor de revenda no futuro. 

O couro dos bancos foi projetado para ser mais macio e mais resistente ao uso, painel e botões utilizam materiais mais agradáveis ao toque e o ar-condicionado agora tem regulagem individual em quatro zonas. "A percepção de qualidade num modelo para uma faixa de consumidores com maior poder aquisitivo passa pela atenção a cada detalhe, do barulho que fazem as portas ao som dos alarmes para prender o cinto de segurança ou apagar os faróis", diz o projetista Gilles Vidal, líder da equipe que concebeu o 508. 

Tudo isso foi feito sem descuidar do peso, um inimigo mortal neste mundo de hoje tão focado em consumo e emissões. A Peugeot explica que conseguiu agregar equipamentos e ainda perder 30 kg em relação ao antigo 407. A dieta conseguiu emagrecer a suspensão dianteira em 12 kg, substituir o aço do capô por alumínio e colocar outro metal leve, o magnésio, na estrutura do painel de instrumentos. Em outra frente, o 508 foi projetado para ser um sedã ecologicamente mais correto, com maior uso de materiais recicláveis ou de origem natural. No 407, apenas 6% dos plásticos podiam ser reaproveitados. No 508, a proporção subiu para 14,3%. 

Dentro dessa filosofia de um carro mais verde, o topo dos motores a gasolina será um 1.6 turbo de 156 cv equipado com um câmbio de seis marchas que avaliamos na Espanha. Produzido em parceria com a BMW, é o mesmo motor do nosso conhecido Peugeot3008 e das versões mais possantes do Mini. Na comparação com o 2.0 de 140 cv do novo 408 argentino, ele se sai melhor, mas sem ganhar por goleada. A marca confessa que nunca pensou em usar um V6. Em vez de apostar em motores maiores, preferiu rechear o novo modelo com mais equipamentos. É por isso que a versão de entrada oferece de série seis airbags, ABS, ESP, faróis de xenônio, CD player com MP3, freio de estacionamento elétrico, ar-condicionado com regulagem quadrizona e partida sem chave. 

Serpenteando pelas estradas dos arredores de Alicante, na Espanha, os 156 cv deste 1.6 turbo não são exatamente empolgantes, mas mostraram um fôlego razoável. Um pouco diferente dos números otimistas de fábrica, que cravam 8,8 segundos no 0 a 100 km/h, além de uma velocidade máxima de 218 km/h. Considerando seus 1 400 kg de peso total, o desempenho mostrado pelo nosso 508 em ruas e estradas espanholas não é ruim, porém está abaixo dos similares alemães que a Peugeot pretende enfrentar. 

Mas seu sucesso no Brasil também depende muito do preço. As estimativas trabalham numa faixa de 85 000 a 95 000 reais, para ficar acima da versão top do 408 (80 000 reais) e abaixo de rivais como o C 180 CGI (115 000 reais) ou BMW 320i (113 500 reais). Resta saber se isso será suficiente para encarar por aqui os mesmos sedãs alemães de quem o 508 espera roubar clientes no resto do mundo.

 



VEREDICTO 

Espaço e qualidade de acabamento fazem jus ao segmento, mas o desempenho (apenas razoável) fica abaixo da concorrência. Só a chegada do preço oficial vai definir se a troca valeu a pena.

 

 

 

Fotos:
Porta-malas leva até 560 litros graças à tampa traseira alta
 

Três luzes simulam as garras do leão

 

Menor que o Fusion no comprimento, porém maior no entre-eixos

Mirando nas marcas rivais, a Peugeot investiu pesado na qualidade do interior

Rodas de liga leve de 17 polegadas 

 

 

 

 

 

 

 

FONTE: Quatro Rodas

 

Tópico: PEUGEOT 508

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