Fiat Marea: um sedã injustiçado?

16-05-2011 14:53

 Confira o primeiro teste do modelo marcado pela sofisticação e bom desempenho

Sucessor do Tempra, o sedã Marea chegou ao mercado junto com a linha 1999 da Fiat em mais uma tentativa de desbancar os tradicionais modelos do segmento na época, como Vectra, Santana e Versailles. Ao mesmo tempo, queria provar que a marca italiana era capaz de ter produtos sofisticados e não apenas compactos de baixo custo. De fato, logo no início, o carro impressionou por itens como o pré-tensionador do cinto de segurança e, principalmente, o motor de cinco cilindros e 20 válvulas.

Mas a alta tecnologia não foi suficiente para o Marea atingir o sucesso esperado pela marca italiana. O custo de manutenção, a confiabilidade mecânica, a falta de uma versão automática, além de um desenho que não agradou muito (principalmente a traseira), acabaram servindo de obstáculo para as vendas deslancharem. De qualquer forma, no primeiro teste que Autoesporte fez do sedã , em junho de 1998, o jornalista Octávio Sarmento Filho, destacou o bom nível de acabamento interno. “O refinamento e a excelente qualidade dos materiais não deixam dúvida que o Marea é uma cartada forte para atingir consumidores acostumados com algum luxo e conforto”, dizia a reportagem.

 

Elogiado também foi o isolamento acústico, “bastante eficiente, mostrando intenso trabalho de engenharia nessa área”, destacava a matéria. Aliás, o interior do sedã era bem agradável pelo conforto do ar-condicionado com controle automático de temperatura, dos vários porta-objetos (havia até porta-moedas próximo da alavanca do freio de estacionamento) e do painel de design arrojado com boa ergonomia. Apenas o espaço um pouco apertado no banco traseiro poderia atrapalhar, caso os assentos dianteiros estivessem totalmente recuados. 

O motor 2.0, de cinco cilindros e 20 Válvulas merecia um capítulo à parte. Tinha duplo comando de válvulas no cabeçote com variador de fase, eixos balanceadores (para eliminar vibrações) e uma pequena bobina para cada cilindro. “Ronca diferente de tudo aquilo que estamos acostumados”, contava a matéria do primeiro teste. Tinha 142 cavalos e 18,1 kgfm de torque a altos 5.000 rpm, daí a demora nas respostas nas ultrapassagens. “Em utilização normal, algumas vezes, os 1.359 kg do Marea exigem o uso do câmbio mais do que o desejável”, explicava o texto. Por isso, acabou sendo substituído pelo 2.4, de 160 cavalos, na linha 2001. No ano seguinte, aFiat passou a oferecer câmbio automático.

 

Com motor 2.0 de 20 válvulas, o Marea acelerou de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos pelos testes feitos por Autoesporte na época do lançamento. A retomada de 60 a 100 km/h, em quarta marcha, ficou em 10.3 segundos, com máxima de 200,9 km/h. Na versão Turbo, segundo a fabricante, a mesma aceleração poderia ser feita em 8,1 segundos e a velocidade máxima era de 219 km/h. Porém, essas opções mais potentes do sedã estavam com os dias contados. Foram oferecidas até 2006.

Com vendas anêmicas, castigadas pela concorrência esgamadora, mas notadamente dos sedãs de marcas japonesas (Honda Civic e Toyota Corolla), o Marea tentou uma sobrevida com retoques visuais adotados a partir de 2005 e pela relação custo-benefício, já que abandonou os motores de cinco cilindros e passou a ser oferecido apenas com o 1.6 16V, já no último ano em que foi produzido, em 2007. Saiu de linha para dar lugar ao Linea.

 

 

 

FONTE: Auto Esporte

 

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