Aceleramos o Nissan March, que chega em outubro

16-06-2011 13:48

 Compacto da Nissan é o primeiro popular japonês no país e irá enfrentar Uno e Gol

Nissan

March não foge às origens: segue design "simpático" dos compactos japoneses, mas e necessário tempo até se acostumar

A partir de outubro, a dupla Gol e Uno terá um concorrente incomum. O Nissan March chega com a responsabilidade, e talvez a vantagem, de ser o primeiro “popular” de uma marca japonesa no país. Importado do México (e, portanto, isento dos 35% de Imposto de Importação), ele desembarca com a missão de ser um compacto diferente. “Os consumidores não compram carro popular com emoção, mas por ser a única opção possível. Queremos mudar essa história com um modelo inovador”, afirma o norte-americano Erik Gottfried, gerente de marketing e planejamento estratégico do March no Brasil. 

Desenvolvido pela matriz no Japão, o hatch não causa amor à primeira vista. É preciso tempo para se acostumar ao visual dele. Com 3,78 m de comprimento e 1,66 m de largura, tem porte similar ao do Fiat Uno. As linhas arredondadas garantem estilo simpático, com direito a “olhos bem abertos”, graças aos faróis redondos. A traseira causa estranheza devido às pequenas lanternas nas extremidades. Mas se o design não inova, o projeto sim: foi feito para usar menos peças e, com isso, ser mais leve. A versão avaliada (1.6) pesa apenas 960 kg, com 18% a menos de componentes, diz a Nissan.

 

  Nissan

À venda em outubro, o March será fundamental para a Nissan alcançar 5% do mercado brasileiro até 2014

É debaixo da carroceria que se esconde um dos destaques do March. A nova plataforma V da Nissan, que dá origem também ao sedã Sunny (chega ao Brasil em 2012) e a um monovolume que está fora dos planos para o mercado nacional. “A plataforma é versátil e permite um carro com teto alto, grandes vidros e rodas nas extremidades. Tem ótimo espaço interno e ampla visibilidade”, ressalta Gottfried. 

Ao abrir a porta, porém, já notamos o primeiro ponto negativo: o acabamento dos painéis de porta, com plástico não muito animador e parafuso exposto. O banco é confortável, com revestimento simples. O painel segue o mesmo padrão: traz material agradável, design pouco inspirado e sistema de som do tipo double-din na parte superior, com os comandos do ar-condicionado logo abaixo. O rádio se destaca pela qualidade, infinitamente melhor aos concorrentes do mesmo nível, com bons alto-falantes e ótima sintonia.

 

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Há três porta-copos, além de mais nichos nas portas e sobre o pequeno porta-luvas. Quem se acomoda no banco traseiro não encontra espaço de outro mundo para as pernas, mas garante um bom recuo para a cabeça, graças ao teto alto. O porta-malas de 265 litros é tão compacto quanto o dos concorrentes. 

A Nissan não esconde que projetou o March para países emergentes como o Brasil, com asfalto judiado e trânsito caótico. Assim também é o México, onde o carro foi apresentado oficialmente aos jornalistas brasileiros. Topo de linha, a versão avaliada tem motor 1.6 16V a gasolina, de 106 cv e com 14,5 kgfm de torque. É no cenário urbano que o hatch se sai melhor. Os vidros amplos proporcionam ótima visibilidade, inclusive na traseira e nas laterais, dotadas de retrovisores altos. O tamanho compacto facilita as manobras em meio ao trânsito, assim como as balizas. 

 

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Interior simples foi pensado para economizar peças. Sistema de som surpreende pela qualidade

Ao dar a partida, nota-se um motor liso e silencioso, bastante agradável para quem está a bordo. O propulsor nasceu a partir da unidade 1.8 do Tiida, e será flex no Brasil. Segundo a Nissan, ele é capaz de alcançar até 15 km/l de consumo na cidade, número que deve piorar com a gasolina brasileira, dotada de etanol. Na primeira volta, a direção elétrica se mostra bem justinha e o câmbio revela engates rápidos e precisos. No entanto, a relação longa não deve agradar aos brasileiros. 

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Instrumentos são simples e medidor de gasolina é digital
É preciso pisar fundo no ace-lerador para explorar a melhor faixa de torque, que só aparece em rotações elevadas. Quer exigir um pouco mais do carrinho? Você irá passar calor, pois a diferença de desempenho com o ar-condicionado desligado é nítida. Mas vale lembrar que a avaliação foi feita a 2.200 m de altitude, o que compromete o desempenho. A suspensão também não gosta de pressa. É macia, com um comportamento muito semelhante ao dos Fiat, que priorizam o conforto. “A versão brasileira será mais firme”, antecipa Gottfried. 

Na estrada, o March pede intensidade em algumas ultrapassagens. O conta-giros aponta 3.500 rpm a 120 km/h, em 5ª marcha (valor normal para um 1.6), mas falta fôlego nas manobras. E vale lembrar que a versão que deve ser a mais vendida no Brasil terá o mesmo 1.0 16V flex do Renault Sandero, de 77 cv. Ou seja, emoção não é a praia desse Nissan. 

O pacote de equipamentos ainda não está definido, mas a marca pretende seguir o caminho dos concorrentes. “Posso adiantar que o preço partirá de um número que começa com 2”, indica Gottfried. O fato é que o March deverá vir bem equipado por R$ 29.900 na versão 1.0 de entrada, ultrapassando os R$ 36 mil no modelo 1.6 topo de linha. A gama de cores chamativas, com tons de azul, vermelho e laranja, focará o público jovem, assim como as propagandas do carro. Embora a marca não confirme, a expectativa é que o March ultrapasse as 5 mil unidades vendidas por mês até 2014, quando a Nissan pretende alcançar 5% do mercado brasileiro. 

Qual será a estratégia? Fazer referência à qualidade dos modelos japoneses e dar três anos de garantia. Incomodar o líder Gol não é tarefa fácil, mas, pelas qualidades do March, é algo perfeitamente possível. O problema é que ele não estará sozinho: em pouco tempo, compactos da Toyota, Honda e Hyundai engrossarão as fileiras de miniorientais no Brasil. 

 

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Porta-malas tem capacidade para 265 litros. Motor 1.6 rende 106 cv, mas será flex no Brasil

 

 

 

 

FONTE: Auto Esporte

 

 

 

 

 

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